ALHEIOS AO MUNDO

 

A tarde está alheia à vida. No ar, nenhuma emoção. O verde das árvores está apático e sem brilho. O sol, de tempo em tempo, aparece receoso para, em seguida, esconder-se; não quer compartilhar o clima de desmotivação que se apoderou das ruas da capital sul-rio-grandense, e de sua população.

Mal consigo me levantar da cama. O clima presente alimenta o meu desânimo. Minha vontade de viver some aos poucos.  Uma intensa melancolia tomou conta de mim, assim como tomou conta de todos. Sorrir é difícil, tal como criar expectativas.

Tenho noção de que, na vida, precisamos ser fortes; porém, por conta da profunda tristeza que se impregnou em meu coração. Não sei se conseguirei seguir em frente!

Minha vida transformou-se num pesado fardo, difícil de lidar. A beleza da cidade não me encanta mais.

Prendo-me com pesos à beira-mar. Estou afogando-me em depressão, queimando sentimentos, que afundam barco, que não se enche mais de vida.

Sei que há várias pessoas, mas nenhuma me procura por nada. O desgosto pela vida persegue-me. Já não sei mais em que abismo pular. Só sei que aqui não quero estar.

A vida é tão cruel. Todavia, vejo motivos para continuar perseguindo meus sonhos. É necessário achar uma luz.

Em todos os lugares haverá o escuro; entretanto, também existirá uma luz em nossas jornadas, em nossas vidas. Com o passar do tempo, sonhos se realizaram e abraços foram compartilhados.

Meu canto foi apagado, quebrou-se com ilusões realistas. Espero uma salvação definitiva. No entanto, só vejo vidros de persistência.

A vida é complicada! Dificuldades tentam apagar realizações. É preciso ter um olhar para além do horizonte. Assim, medos passados serão extintos.

Ao futuro, tentarei olhar, a fim de seguir em frente. Com dores na alma, enfrentarei os empecilhos. Conseguirei me fortalecer, se superar tudo aquilo que me atormenta. O sofrimento não acabará; contudo, aliviará a angústia que está a dominar meu coração.