As ruínas - BVIW
De LONGE era o quadro mais lindo que Antonina havia pintado; GRÃO ao vento descortinado pelo VERDE do milharal dançado para lá e para cá. Num canto do quadro, uma PAREDE de TIJOLO cru em ruínas escondia um segredo, não revelado na pintura, mas sua presença tinha significado para Antonina. Cresceu na roça e conhecia cada curva sinuosa da região. Um povoado longíquo do progresso e do mapa geográfico. Nasceu em Diamantina, uma fazenda de plantio de cana-de-açúcar, bambu e mamona. Sua melhor amiga de infância, Darlene, sonhava em ser dona de casa e ter muitos filhos. Ela amava aquela vida. Não tinha muitos rapazes pela região. Antonina gostava mesmo era de eternizar os momentos nas telas, e as amigas esperavam o recesso do final de ano, pois era uma oportunidade de socializar. O sobrinho de seu Jonas, Sérgio, cresceu nas bandas de São Paulo e falava engraçado. Fazia era tempo que não aparecia. No natal, todos reunidos e um CARRO buzinou. Agora, homem feito, BRAÇO forte e olhar sedutor. Darlene não contou conversa: - Sérgio, amanhã vamos tomar banho no rio. E Sérgio concordou na hora. Mas, Sérgio errou o caminho e foi parar no canto secreto de Antonina. As ruínas escondia um COLCHÃO Velho, e Antonina gostava daquele refúgio para sentir-se livre, igual a uma MARIPOSA. Os olhares escondiam um romance de adolescente, e a FUMAÇA da paixão mais uma vez pegou fogo. Darlene esperou, procurou e quando voltava, deparou-se com a cena. Dois meses de pura diversão. Com o fim do verão, corações partidos, Sérgio deixou saudades.