O céu acordou e a floresta também

A luz tênue do amanhecer fazia brilhar o orvalho na grama às margens da estrada de terra, enquanto o vento passava cada vez mais frio na medida que um jovem saia por entre os troncos das árvores. Seus olhos verdes treinados percebem a entrada de madeira da cidade de uma grande muralha, construída para resistir às invasões das muitas tribos que ocupavam as colinas do norte.

A atmosfera silenciosa é interrompida no momento em que dois homens com suas fardas de cavaleiro saem do portão de madeira. Um segurava um enorme escudo em uma mão e uma enorme espada na outra, enquanto o outro empunhava duas espadas. Os guardas com suas bocas contorcidas de um desprazer encaravam fixamente para o jovem que carregava dois coelhos magros, segurando-os pelas suas orelhas. O guarda que usava duas espadas diz:

— Pare agora, me mostre seu passaporte!

O soldado fez um gesto de olhos por entre os ombros que os soldados inundaram em cima da muralha como baratas, apontando com suas flechas para o jovem de cabelos pretos e esverdeados. O jovem engoliu em seco a saliva enquanto seu corpo não efetuava nenhum movimento.

— Claro… — Parecendo estar engasgando com suas próprias palavras, o jovem retirou de dentro da mochila um pequeno pedaço de papel marrom com uma cera vermelha marcado por um emblema da cidade — Aqui está…

O guarda que empunhava duas espadas deu uma olhada, verificou estar tudo certo e desejou um ótimo dia para o jovem Hernando.

— Você se chama Hernando… — O guarda que empunha duas espadas guardou a espada e olhou para o papel — pelo visto está tudo certo, pode prosseguir — Logo, bateu continência, esperando Hernando entrar na cidade.

O rosto de Hernando assumiu uma expressão de gratidão. Mas antes que pudesse prosseguir, ele pendurou as lebres na cintura e levou sua mão para o bolso da mochila e retirou um pequeno livro. Após abrir e folhear as páginas com coisas escritas, ele para em uma que chama sua atenção, mas nela não há nada escrito, apenas uma imagem.

— Com licença, mas você viu essa pessoa aqui? — Hernando sentiu um nó de ansiedade se formar no estômago e lhe tirar o apetite — Você já viu ela…

— Eu não vi nenhuma mulher com essas aparências passar por essa entrada — O guarda se virou e juntou-se aos outros guardas que jogavam truco em cima da muralha.

Ao ouvir as poucas palavras que o desanimou, Hernando também sentiu uma pontada no coração como se uma flecha tivesse perfurado suas esperanças. Logo, algumas lembranças de seu pai veio dizendo: não perca sua fé, só encontrara a verdade se não desistir. Imbuído com pensamentos positivos, Hernando caminhou na direção do portão com esperança de saber informações de sua pequena irmã desaparecida já faz muitos dias. Mas antes que pudesse passar pelo portão, o guarda diz algo:

— Vá. Mas suspeite de tudo.

[...]

Kazuya
Enviado por Kazuya em 06/12/2022
Código do texto: T7665927
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