Renata dirigia com um pouco de medo naquela cidade que dobrara de tamanho desde a última vez que lá esteve. As luzes dos faróis a cegavam; olhou para o seu telefone que havia fixado no cantinho do painel e notou a telinha apagada. Só essa que faltava!  Resolveu parar para tomar um café e acabou achando  uma vaga -  apertou uns botões do moderno parquímetro e voilá! - saiu um ticket.  Atravessou a rua movimentada.

 

- Bom dia! Esse café é ainda do Sr. Júlio?  - perguntou.     
- Não e não, sra. O Sr. Júlio mudou de cidade há anos - respondeu o rapaz. 


Pediu um café expresso,  tomou rapidamente e perguntou ao rapaz se poderia recarregar seu telefone, mas ele não parecia interessado. Resolveu sair e quando parou onde tinha estacionado o carro, não o encontrou. Entrou em pânico! Resolveu parar um  um policial  e explicar o acontecido.  Ele pediu seus documentos, ela abrindo a bolsa não encontrou sua carteira. O policial  parecia desconfiado de sua história, intimando-a a acompanhá-lo até  a Delegacia.  Renata começou a chorar quando ouviu de longe  a voz de sua irmã.

- Tata, acorda! Você está sonhando menina! - sacudiu-a pelo braço.


Sentou-se  na cama confusa,  molhada de suor, e naquele momento o grande alívio foi sentir que tudo o que restou era um sonho! "Vamos lá tomar um cafézinho! Ah! e sabe quem morreu ontem? O sr Júlio do Café Amor!"
Renata olhou incrédula para a irmã, e ao levantar-se da cama sentiu algo cair de sua mão. Ficou paralisada ao ver no chão o ticket de estacionamento amassado!

 

Tema: Tudo o que restou (Conto)

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 29/11/2022
Reeditado em 29/11/2022
Código do texto: T7660725
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