SOLIDÃO, ALMA EM RUÍNAS

Cavalgada sem destino, um vento forte a soprar.

Em meio à tudo, um caminho, seguir sempre não parar.

Solidão, alma em ruína, o sol quente a queimar.

A dor da perda como companheira, mil motivos pra chorar.

Sonhos morrem nesta estrada, os perigos estão aí.

Nas emboscadas no caminho, não serei mais um cair.

Cavalgar dia após dia, como companheiro meu alazão.

Uma Winchester 44, o Colt no mesmo calibre e munição.

A corda com o nó já preparado, determinação no olhar.

Sou o juiz, júri e carrasco, você é o réu vou te buscar.

Fuja, não importa para onde, vá ao inferno se quiser.

Sua alma será minha, assassino de mulher.

O tempo não apaga a cena, gravada a fogo em meu coração.

Fui ausente por alguns dias, quando voltei destruição.

Rancho, casa e família, silêncio, morte e solidão.

O desespero por confiar em alguém que dizia ser um irmão.

No horizonte a silhueta, do maldito a escapar.

A Winchester é preparada, um disparo, vou olhar.

O maldito está caído, aquele a quem tanto ajudei.

Seus olhos ainda com vida, olhar cínico eu notei.

___O que fiz me desculpe, fui fraco para suportar.

___A cobiça e o desejo, não tinha mais como disfarçar.

A alegria em sua vida, envenenou meu coração,

me arrependo do que fiz, não me mate meu irmão.

A brisa sopra e balança o corpo,

à beira do caminho todos olham o enforcado.

O que fiz talvez não entendam mas é menos um pra ser vingado.

Fujam, não importa para onde,

até mesmo para o inferno quem puder.

No fim a tua alma será minha, assassino de mulher.

Que saudade dos filmes de faroestes!

MARCÍLIO TORRES FILHO
Enviado por MARCÍLIO TORRES FILHO em 24/11/2022
Reeditado em 24/11/2022
Código do texto: T7657198
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