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Carolina pensou que as palavras naquele momento não cabiam em sua boca, nem aquela mágoa  conseguia sair de dentro de seu peito. Queria se livrar desse sentimento, no entanto, ele se enroscava em seus sentidos e não conseguia se livrar dele. Olhou para o apartamento vazio e não tinha ainda conseguido esvaziar o cinzeiro que ainda continha cinzas do ultimo cigarro que Bruno fumou, enquanto olhava para ela. Ainda podia ouvir  sua mãe dizer: “Esse cara não dá certo Carol, pare  de perdoá-lo!”. 

Ligou a TV, mas não conseguia se concentrar. Aquele jeito dele sorrir de lado olhando-a por cima do jornal enquanto ela assistia novelas estava muito presente. Pensou em fazer um café, mas naqueles dias de depressão, os pés pareciam estar colados ao chão. Era um querer ir e ficar - antagonia pura. 

Levantou-se pensando que talvez a técnica do espelho resolveria. Puxou o cabelo para cima, fez poses, sorriu e disse alto para si mesma: “Quando uma porta  se fecha...” mas  parou no meio da frase. Ridículo! aquilo  parecia comercial de televisão.

Resolveu sair para correr no parque. Pegou seu Ipod com suas musicas favoritas, sua água, já que o  dia estava ensolarado, e o exercício lhe faria bem. Enquanto corria pensou que se ela pudesse dizer um não definitivo em vez de sempre perdoá-lo!   

Mas o dia em que isso acontecesse  provavelmente choveria chocolate do céu.

 

Tema: O dia em que ...

 

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 22/11/2022
Código do texto: T7655567
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