Colecionador de pedras.

Ando pela rua tropeçando na multidão.

É mendigo me pedindo um trocado, outro um prato de comida.

É a sirene que toca no centro da cidade.

_ Arruma a barraca, corre que lá vem a policia!

Escuto grito, latido de cachorro.

Um senhor grita:

_ Policial este é meu ganha pão, como é que vou sustentar minha família?

_ Senhor eu não estou nem ai, quem mandou o senhor colocar esta barraca

aqui? E quem me mandou foi os homens lá de cima, só estamos aqui cumprindo

ordem.

Continuo andando, tropeçando e pensativo com minhas pedras nas mãos.

Parece que estou carregando um mundo nas minhas costas.

A cidade é uma loucura, a minha vida é uma tristeza.

Mas desde pequeno gosta de um papel e um caneta.

Minha mãe gritava em meus ouvidos:

_ Meu filho, quando você crescer será um grande homem; terá a sabedoria, e

com um papel e uma caneta fará versos, rimas, será um mestre na poesia e

todos vão gritar:

_ Lá vem o poeta, quem ele é?

Garimpeiro do asfalto.

O colecionador de pedras.

O poeta da periferia

Paulo Pereira.

PAULO PEREIRA
Enviado por PAULO PEREIRA em 06/11/2022
Código do texto: T7643896
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