LIBERTAÇÃO
Naquele quarto sempre trancado o assoalho de tábuas range como um gemido enquanto flores jazem secas entre os livros, ao lado a velha cadeira.
Se ouve um caminhar lento, indeciso.
Os muros altos guardam histórias, mistérios enterrados nas sombras das laranjeiras. Alguém saiu para o jardim colher flores, suspirou fundo e adormeceu sobre um canteiro de margaridas com um buquê de rosas vermelhas ao peito.
Alguém que não se senta sobre a cadeira, escora-se nas suas guardas. Não mais pertence ao reino dos homens.Tornou-se um desses troncos, tombados, a dançar vertiginosamente, em meio ao redemoinho do Tempo.