O amor que vivi nos meus sonhos

CAPÍTULO I - Dançando

Confesso, não era meu hábito acordar cedo, a cama me acolhia com tanto zelo que se levantar até parecia ser uma traíção, é  como se uma mulher dissesse  " não vai. Fica mais um pouco. Sem você sou tão carente, meu sentido desaparece"  e dizendo cheia de sedução e mágica - uma hipnose que faz querer ficar. 

- Ora, são apenas quatro da manhã! Ainda bem.

Falava eu no meu íntimo, jogado na cama, de baixo dos lençôes aromáticos (créditos de minha querida mãe) , no rosto ia  um alegre sorriso de orelha-orelha, jogando um suspiro aquando me agazalhava forte e tão fofo pois , intermintentimente, um friozinho pairava meu quarto.

Às quatro da manhã, o sono era mil vezes melhor que o de toda noite passada. Parecia que tudo que havia dormido durante a noite fosse um preliminar para o das quatro da manhã e a essa hora já se ouvia o cacarejar do galo de longe, lá no fundo, feito uma sonfonia . O sono me ( levava) convidava , a cama me abraçava, o galo cantava e eu no meu sonho dançava.

- Como devo chamá-la, senhora?

- Porque me tratar de senhora? Ah! Estou tão velha assim?

- Longe de mim, de maneira alguma. A senhorita está muito bem. Perdoa minha falta de delicadeza. -  Enfatizei levando-a suavimente na dança

- Kitagawa Marin. - pronunciou a senhorita com quem eu trocava passos de dança.

Eu, não percebendo o que ela havia dito, indaguei - Perdão! Como?

-Podereis chamar-me pelo meu nome " Kitagawa Marin " - Sua voz entoava um tom transcendental, ao me  esclarecer. Na sequência acrescentou - E eu , como devo chamar o galã que me conduz lindamente nessa dança?

Dando uma breve pausa na dança, inclinando ligeiramente o tronco para a frente e com a mão direita acarenciando o ar suavimente diante de mim, o polegar e o médio tocando-se de leve,   num movinento meio circular na vertical, num estilo aportuguesado da idade mediaval, fitando bem nos olhos dela e um fino sorriso entre os lábios , avançei - Garza de melromarc. Seu criado.

- É um prazer Sr. Melromarc.

- Agora eu é quem insisto, deixemos de tanto formalidada, trata-me de " VOCE".

- O Sr. é muito gentil, mas penso que seja melhor mantermos as formalidades e estamos em uma gala: e por outra , não ficaria bem  dar essa liberdade  de ser tratada por "VOCE" a um desconhecido.

- Que isso não seja um impecíliu. Gostaria de convidá-la a sentar-se à mesa junto comigo e podermos nos conhecer melhor, a senhorita Marin concorda? - momento esse que a música havia sido trocada por uma outra de simples apreciação auditiva e os Convidados se faziam à mesa.

- Concordo.  - Disse ela.

Puxei a cadeira para ela e se sentou à mesa confortável. Falávamos de quem somos. Kitagawa Marin era maquilhadora em seu próprio salão de beleza, jovial e bela aos seus 26 anos de idade, independente , cursando o terceiro ano na faculdade de artes e literaturas, solteira, mas não solitária.  Era uma beldade de mulher, morena de olhar reluzente, cabelos lisos e escuros como a noite e dona de um vasto intelecto.

Falava comigo à mesa e dizia.

- Tenho metas bem estabelecidas e almejo cumpri-las. E o Sr. Melromarc , o que fazes da vida?

Eu fiquem perplexo com a sua abordagem, era uma mulher com "M" maiúcula. Fitava seus lábios carnudos e arosados que me atraía a ela a cada sílaba pronunciada e tão rente dela fiquem . Na sequência, me afastou com seu indicador posto a diante dos meus lábios, lentamente afastando meu rosto de perto do rosto dela . A medida que meu rosto se afastava , uma distância entre mim e ela se fez subitamente, todo o cenário ficou turvo e confuso , a imagem dela parecia um retrato luminoso no fundo de um túnel que se apagava em camara lenta; ouvi uma voz vindo de longe e chegando cada vez mais perto e ficando mais forte , dizendo  " Acorda! Acorda! A mãe está chamando" . Despertei e eram "sete e meia" da manhã .

⚠️Continua...⚠️

Garcia Capapelo
Enviado por Garcia Capapelo em 10/10/2022
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