Nem o nada. Nem o não
Nada é eterno. Nem mesmo essa dor, que me aponta para a testa um fuzil, um canhão de angústias sem remédio.
Nada é eterno. Nem o nó que a garganta aperta, cego, duro e profundamente intenso e que esmaga a vontade de soltar as amarras e seguir.
Nada é eterno. Nem esse pensamento inquietante de impotência que rói o peito, minando a auto indulgência.
Nada é eterno. Nem a vontade de acertar ao menos uma vez, apenas seguindo o que o corpo clama e a alma ora rejeita, ora aceita.
Nada é eterno. Nem o nada. Nem o não.