Castelo de Orgulho

Havia um rei que achava que era grande e que seus pensamentos eram puros e sublimes

Pensava que tudo o que fazia estava certo,

este rei criou um castelo na sua mente e nele tudo era perfeito, os seus fundamentos estavam alicerçados naquilo que ele entendia como sendo a verdade, as paredes do seu castelo foram levantadas de acordo com a sua vontade, os seus salões as câmaras e recamaras continham neles tudo o que achava que os outros precisavam e nada ali lhes faltaria, adornado de sabedoria era um castelo deslumbrante.

E aquele castelo não foi feito para ficar vazio, queria o rei que estivesse repleto é que todos pudesse nele se abrigar. Certo dia este rei encontrou um amor, alguém para compartilhar aquele espaço e viver com ele no lugar que criara, e como foi maravilhoso porque o seu amor a princípio se adequou a tudo o que ali estava feito, depois veio também um outro amor, fruto daquela união, e o rei tinha então não só um castelo perfeito mas tinha também quem pudesse habitar ali consigo.

Os anos passaram e sempre firmado na sua própria verdade, o rei procurou se manter sempre no controle de tudo, mas que engano cruel é o que temos quando achamos que podemos controlar tudo e todos, quando isso acontece nos esquecemos que não somos os detentores da verdade absoluta, se é que ela existe. Ele viu então que os que estão ao nosso lado por mais que nos amem não suportam viver subjugados a vontade alheia, mesmo porque cada ser é um indivíduo com suas próprias vontades e seus desejos, sendo assim não há como moldar as mentes e as vidas dos outros aos nossos padrões e vontades.

E aos poucos ele viu seu castelo ruir, os fundamentos estremeceram as paredes cederam e este rei estava novamente só, mesmo com muita gente ao seu lado ele estava só! Se sentindo sem voz e incompreendido, como um rei louco ele ordenou, protestou e gritou aos quatro ventos a sua vontade, mas as respostas lhe foram contrárias, seus amores não mais o suportavam e quiseram se afastar, seus amigos o escutavam mas não lhe davam mais ouvidos, seus “súditos” não o atendiam mais.

Hoje ele é um rei solitário preso no seu castelo de orgulho, procurando entender onde foi que falhou, querendo saber em qual ponto da sua trajetória deixou que a soberba tomasse conta de si, fazendo com que ele esquecesse de que também era um ser humano, subiu ao trono da sua soberba e daí por diante não viu mais nada, apenas quando tudo começou a desmoronar ele pode perceber que estava andando pelo caminho que errado.

Agora com o orgulho ferido, está como se fosse um exército de uma só pessoa lutando com todas as forças para vencer este inimigo que não o deixa abrir espaço para que os outros venham e entrem no seu castelo da forma que eles são, é sejam nada menos que eles mesmos, e não sejam mais como marionetes controladas pela sua vontade. Esperando conseguir quebrar todo esse orgulho e quem sabe assim ser feliz e menos solitário no seu imenso castelos imaginário.