Fuga
Ando recolhida em mim, escondendo-me do mundo
tentando dormir sem sonhar; acordar sem chorar
sorrir sem fingir, ando fugindo de mim.
E vez por outra volto a encontrar os sonhos que deixei nas gavetas, as sombras que não me seguiam mais, e quando fecho os olhos salto para os braços do passado que tenho tentado enterrar, e os flashes da memória aparecem como se fossem as cenas de um filme que eu já conheço o final, e a trilha sonora é a mesma que embalou meu sorriso e minha solidão...
Outra vez, a tentativa inútil de abandonar os fantasmas
E assim me recolho... Me escondo num conto que não desejo real.
Sirlei L. Passolongo