A jovem que morreu (fake news)!
Essa história aconteceu em uma pequena vizinhança de um bairro suburbano de uma grande cidade. Ela fala de uma jovem que vivia em uma rua, que dava passagem a mais três outras ruas, por essa razão muitas pessoas passavam por ali a toda hora. Essa jovem nem era alta nem baixa, os cabelos nem lisos nem enrolados, mas eram pretos e o corpo magro, era magra, a pele meio pálida, mas não era branca, parecia que nem podia falar; estava sempre sentada em uma cadeira de plástico branca, no pátio da casa, a olhar a rua. Ela parecia estar sempre à espera de alguém ou alguma coisa. Era assim a descrição que faziam dela, Todos aqueles que passavam sempre ali, mas nunca falavam com ela.
Porém, no final de uma tarde quente, uma das senhoras que moravam por lá percebeu que a jovem não estava no seu lugar de costume. Ela olhou para o pátio da casinha e viu a parede pintada de azul, ela nunca tinha reparado que a casa era azul, um azul desbotado, mas azul. Foi então que ela percebeu que algo estava diferente, a imagem estava diferente, faltava a personagem principal daquele quadro. Não demorou para a vizinhança toda comentar sobre a mudança no cenário habitual. Todos queriam saber aonde estava a jovem da casa azul desbotada. Ninguém sabia dizer o nome dela. Em poucos dias obtiveram uma resposta, a jovem sofrera um ataque súbito naquela manhã e morrera em seguida em um hospital que ninguém soube dizer o nome, seu corpo seguiu direto para a cidadezinha onde nascera, cidade que também ninguém sabia dizer o nome. A jovem não tinha familiares próximos, somente u
m primo que foi o portador da triste notícia.
Assim, todos ficaram informados que a jovem Ana, era o nome dela, havia falecido e nunca mais voltaria a sentar-se na cadeira de plástico branca, no pátio da casa pintada de azul desbotado. Todos falaram sobre isso durante uma semana até que se acostumaram com a ausência dela e voltaram à normal correria das suas vidas.
Mas, o mais curioso dessa história, é que a Ana não morreu. Pois é… Ela realmente teve um problema sério e precisou ser operada urgentemente, apendicite, Por causa da gravidade e dos cuidados necessários com a sua saúde, ela foi para a casa de familiares na cidadezinha do interior onde nasceu. E foi exatamente essa história que o primo contou à curiosa vizinha, que a seguir tratou de compor a sua própria versão, vendo que a jovem não retornara ao seu posto de costume, deduziu o pior. E a cada conto acrescentou-se um ponto e o enredo formou-se.
Na cidadezinha do interior, Ana recuperou-se e conheceu um rapaz que estava de férias por lá, os dois apaixonaram-se e casaram-se. Ana mudou de cidade e de país, foi morar na Europa, tem um casal de filhos e vive feliz em uma bela casa azul celeste, com um enorme pátio de frente para o mar, onde ela senta-se todas as tardes para ver o pôr-do-sol.