Amor Semita - BVIW

- Celeste, não sei porque você se foi. Quantas saudades eu senti. E de tristezas vou viver, e aquele adeus, não pude dar. Como disse, Tim Maia: Gostava tanto de você . Ela sempre calada, emudecida, parecia não se importar com o desabafo dele. Esse foi o fim de um amor que durava décadas. Teodoro dos Reis Gazar, descendente árabe, herdou um negócio da família, e desde jovem trabalhava ao lado do pai. Conheceu a bela Celeste lá, entre uma compra e outra. A moça era danada de bonita. Um olhar penetrante, indecifrável. Sua presença era atraente e desconcertante, pois Teodoro quase não se concentrava nas vendas. Mesmo tremendo por dentro, o franzino semita não ignorou seus instintos. Os pais dele não consentia um casamento interracial. Era muito tabu para Maomé, onde já se viu, casar com uma brasileira? Sem falar no antagonismo religioso. Católica de pai e mãe. Mas o amor venceu a guerra santa, e os dois foram felizes por muitos anos, e para sempre é o final de outro conto. Depois da morte da mulher, há dois anos, vítima da depressão, Teodoro nunca mais foi o mesmo. Ia sempre ao jazigo da família visitar e desabafar com a falecida. Não parava de choramingar e falar: - Em sonhos vejo o nosso passado, na parede do meu quarto ainda está o seu retrato. Eu gostava tanto de você, Celeste.

Jaciara Dias
Enviado por Jaciara Dias em 26/07/2022
Reeditado em 26/07/2022
Código do texto: T7568299
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