Massagem
Era uma tarde nublada e fresca, quando tive um pico de energia, com um total de zero coisas para fazer e naquele dia de folga. Tomei um bom banho, me barbeei e vesti uma roupa confortável para dar uma pedalada. A T-shirt dryfit com uma leveza suave e a bermuda de moletom permitindo uma boa mobilidade, para quaisquer que fossem as manobras. Pensei em talvez passar na academia e complementar o treino, mas enquanto seguia pedalando pela rua, cruzei uma específica, e lembrei que já não a visitava Alessandra fazia um tempo. Dei meia-volta e torci para que ela estivesse em casa, até que cheguei a sua porta e toquei a campainha.
Levou uns 8 segundos até que respondesse pelo interfone, com uma voz metálica e cansada. Me anunciei e pude sentir um sorriso contagiante em sua voz, ao me identificar.
Subia as escadas revirando algumas memórias dos nossos tempos de glória.
Já em sua casa, sem muita dificuldade para me acomodar, jogamos conversa fora. Seguimos o script de perguntar como estava, coisa e tal. E como um assunto sempre leva a outro, julgamos velhos conhecidos, alinhamos fofocas, e de repente, 17 horas...
Não hesitei em me oferecer para passar um café. Era um gesto simples, mas cheio de significado, pois tanto eu quanto ela sabíamos que eu tinha um certo talento para essa arte. Havia algo de especial na maneira como eu apreciava cada etapa do processo, e preparar algo na casa de alguém sempre me trazia uma sensação de conforto e gratidão em relação à oportunidade de partilhar aquele momento com a anfitriã.
Enquanto eu me ocupava na cozinha, ela se dirigiu para sua escrivaninha. Tinha um relatório simples para terminar, algo que estava preenchendo com pressa antes da minha chegada. Servi nossas xícaras e fui até o quarto da bagunça, que também era o escritório e chegando lá, a encontrei concentrada e tensa. Ela estava sentada à escrivaninha, com as costas curvadas de uma maneira que me preocupou. A postura tensa e forçada, revelava o cansaço acumulado. Ao perceber isso, coloquei nossas xícaras sobre a mesa com cuidado e me pus atrás de sua cadeira. Suavemente, relaxei minhas mãos sobre seu trapézio e, com o polegar, comecei a fazer movimentos circulares na base do pescoço até a nuca. O toque parecia aliviá-la, e logo um sorriso surgiu em seu rosto. Ela riu levemente e, em tom brincalhão, disse que eu poderia continuar a massagem, mas que, nesse caso, deixaria o relatório para depois.
O momento de descontração foi breve, mas cheio de cumplicidade. Ao ouvir suas palavras, interrompi a massagem e, me dediquei a preparar seu corpo com um breve alongamento, esticando os braços e movendo o pescoço de um lado para o outro, sentindo os músculos relaxarem um pouco mais. Era um instante de pausa, onde o trabalho e as preocupações davam lugar ao cuidado e ao alívio de pequenas tensões em relação as gigantescas responsabilidades.
Ela começou a reclamar da rotina, e percebi que a tensão em seus ombros se intensificava de tal forma que o meu esforço ali, seria em vão. Com um olhar e tom de voz ousado, rompi o silêncio que havia pelo intuito de que ela relaxasse, com a seguinte ordem:
— Anda, tire a roupa!
Ela jogou o braço pra trás na tentativa de me acertar um tapa, ainda que estivesse rindo.
— To falando sério Alê, troca lá de roupa. Bota alguma coisa mais leve e confortavel.
Nossa amizade de anos nos permitia ser diretos, sem a necessidade de formalidades ou cerimônias. Ela desapareceu por alguns minutos e voltou vestindo um samba-canção. Não pude deixar de comentar, com um sorriso provocativo, sobre o bom gosto da peça. As estampas geeks eram uma escolha certeira, e quem quer que tivesse sido o último cara a partilhar roupas com ela, sabia certamente o que estava fazendo, ao menos no quesito moda. Ela riu, e naquele momento, a leveza da brincadeira começou a dissipar a tensão que há pouco ainda pesava sobre seus ombros.
Sugeri que fôssemos para a sala, onde o ambiente parecia mais acolhedor e por conta do sofá, seria mais confortável. Assim que chegamos, não houve tempo para que eu reparasse na estampa da camisa branca que ela usava. Com um gesto natural, ela apoiou-se no sofá e mantendo-se de costas para mim. Em seguida, retirou a camisa, deixando as costas nuas e deitou-se de bruços no sofá, pronta para o que vinha a seguir.
Ela havia trazido consigo um óleo corporal de sândalo, o aroma rico e amadeirado tomava o ar com facilidade. Com um gesto delicado, derramei o fluido sobre minha palma. Com um toque gentil, comecei a espalhar o óleo por sua pele, aquecendo-o com o calor de minhas mãos. Meus movimentos eram lentos e cuidadosos, cada deslizar sendo uma combinação de cuidado, pressão e intenção. A pele dela brilhava sob a pouca luz do fim da tarde, um reflexo das minhas mãos que deslizavam suavemente. À medida que meus dedos se moviam com fluidez, eu fui descendo em direção à sua lombar.
Com cuidado, abaixei o samba-canção apenas o suficiente para liberar a pele, permitindo que meus dedos continuassem seu trajeto. Ela suspirou levemente, relaxando sob o meu toque, enquanto eu concentrava meus movimentos ali, onde a tensão se acumulava. Cada movimento era meticuloso, cada toque, eu sentia a sua sensação de alívio.
Seguimos conversando trivialidades do cotidiano, permitindo que nossas palavras fluíssem naturalmente, sem um rumo específico. Falávamos sobre qualquer assunto que nos viesse à mente, deixando que o diálogo nos levasse por onde quisesse. No entanto, a conversa era constantemente interrompida por gemidos suaves, sinais claros de alguém que estava se entregando ao relaxamento completo. Era evidente que, naquele momento, ela estava deixando ir todo o peso da vida. A tensão acumulada, as preocupações diárias, tudo parecia se dissipar enquanto ela se entregava ao prazer simples de relaxar. E, mesmo com as pausas ocasionais, havia uma cumplicidade silenciosa entre nós, como se ambos soubéssemos que, naquele instante, tudo o que importava era essa sensação de alívio e tranquilidade, ainda que fugaz.
Os minutos passaram, e a noite se apoderou do céu. O último feixe de luz natural desapareceu, deixando apenas a escuridão. Já prevendo esse momento, havíamos acendido o abajur antes de começar a massagem, para que não precisássemos interromper o clima quando o breu se instalasse por completo. A luz suave e amarelada que ele emitia preenchia o ambiente, criando uma atmosfera acolhedora e serena.
A meia-luz proporcionava um relaxamento profundo, não apenas para ela, que recebia a massagem, mas também para mim, que estava completamente imerso na tarefa. Cada movimento, cada toque, era guiado por essa luz tênue, que parecia acalmar nossas mentes e corpos, permitindo que nos entregássemos ao momento de forma plena e tranquila. Conforme massageava, sentia o calor subir pelo meu corpo, uma energia quase palpável que parecia fluir entre nós. Continuei a subir pelas pernas, trabalhando cada músculo com atenção.
Mas antes de passar do joelho, fui interrompido por sua voz, carregada de uma mistura de desejo e expectativa:
— Quero que me relaxe toda, hein! — ela disse, deixando claro o que esperava de mim.
Com um sorriso cafajeste, subi um pouco o tecido do samba-canção, permitindo que minhas mãos deslizassem mais acima. Senti a temperatura de seu corpo aumentar, enquanto eu continuava a massagear suas coxas, cada vez mais próximo da virilha, onde o calor e a tensão pareciam se concentrar. O ambiente ao nosso redor ficou ainda mais carregado, o silêncio preenchido apenas pelo som suave de minha respiração e do óleo sendo trabalhado em sua pele.
Eu a observei atentamente, capturando cada detalhe de seu rosto. O modo como mordeu levemente os lábios, com uma intensidade que crescia a cada momento, enquanto os lábios inferiores cediam ao toque suave de seus dentes. Percebi que suas pernas, lentamente, se abriram um pouco mais, em uma clara entrega, como se estivessem permitindo que meus dedos explorassem sua pele macia, oferecendo-se à tentação de um toque mais íntimo. Mas, apesar do desejo que pairava no ar, me controlei. Mantive a distância, resistindo ao impulso de tocá-la como ela verdadeiramente desejava, prolongando a tensão entre nós dois.
Ela se acomodava perfeitamente no sofá de dois metros, como se aquele espaço tivesse sido feito sob medida para os seus 1,60 metros. Agora, porém, com algumas peças a menos, ela se encontrava completamente exposta, revelando uma vulnerabilidade que, de certa forma, a tornava ainda mais atraente. A visão dela ali, tão à vontade, parecia mais acolhedora do que nunca. Com um gesto deliberado, derramei uma generosa quantidade de óleo na fenda logo abaixo do quadril dela, observando enquanto o líquido viscoso deslizava lentamente pelas curvas de seu corpo, escorrendo entre suas pernas. Em resposta, ela arqueou as costas e afastou as pernas um pouco mais, como se quisesse abrir-se ainda mais para mim.
Com um tom de urgência misturado à expectativa, ela ordenou:
— Me esfrega!
Mas, apesar do comando, permaneci impassível, ignorando suas palavras, deixando-a na expectativa do toque que tanto desejava. Ao perceber que a melhor maneira de continuar seria mudando de posição, acomodei-me de forma que pudesse seguir a massagem sem interrupções. Comecei a deslizar minhas mãos suavemente do pescoço até os pés. Agora, já não estava mais de pé ao lado do sofá, mas sentado próximo à sua cabeça, o que me permitia contemplar sua forma relaxada e exposta diante de mim.
Minhas mãos continuaram a trabalhar com cuidado e atenção, deslizando pelo seu pescoço, descendo pelos ombros e percorrendo toda a extensão das suas costas, até chegar à lombar. A cada toque, seus braços se arrepiavam, como se seu corpo estivesse reagindo à suavidade do contato, entregando-se completamente àquele momento de tranquilidade.
O ambiente emanava tesão! Eu, tomado por um desejo crescente, deixei que meus dedos deslizassem lentamente pelas coxas dela, tão levemente que mal parecia haver um toque, quase como uma brisa sutil acariciando sua pele úmida. A cada movimento, mesmo que meu corpo se estendesse sobre toda suas costas para alcançá-la, eu já havia cedido, ajoelhado no sofá frente a sua cabeça, em busca de um contato mais íntimo, mais próximo.
Finalmente, meus dedos chegaram até ela, e o som de um gemido suave preencheu o espaço entre nós, ressoando em meus ouvidos como uma melodia íntima. Nesse momento, senti meu corpo enrijecer ainda mais, uma tensão pulsante que irradiava da minha cintura, agora na altura da cabeça dela.
Ela se ajustou, apoiando-se sobre os cotovelos, seus movimentos decididos e ao mesmo tempo delicados. Com uma suavidade que contrastava com a intensidade do momento, ela abaixou minha bermuda, revelando-se em seus toques. Senti seus dedos deslizando sobre mim, seguidos pela sensação úmida e quente da sua língua, que traçava caminhos pela minha pele, explorando cada veia, cada centímetro.
Meu corpo todo reagia, cada pulsação parecia sincronizada com a intensidade do toque dela. Era como se, naquele momento, nada mais existisse além do que estávamos compartilhando, uma conexão profunda, uma dança silenciosa onde o tempo parecia suspenso, e cada sensação era amplificada ao máximo.
O calor do momento parecia pulsar no ar ao nosso redor. Ela me empurra suavemente, deslizando do sofá com uma graça felina, dando-me espaço para sentar. Seus olhos brilham com uma intensidade que me faz perder o fôlego, refletindo um desejo inegável em minha respiração. Enquanto ela me encara, sua língua desliza provocantemente sobre mim, cada movimento me levando à beira da loucura. Há um sorriso no canto de seus lábios, revelando que, apesar do meu desejo de controle, é ela quem comanda o ritmo do nosso jogo.
Agora, livre do chão frio, ela se posiciona sobre mim, ajustando-se e encaixando perfeitamente de maneira que a cada movimento o tesãoentre nós se intensifica. Quando começa a se mover, é impossível não reagir; minhas mãos encontram seus peitos, apertando-os enquanto ela cavalga com uma vontade que me faz perder a noção de tudo ao nosso redor. Seus gemidos se misturam ao som do ambiente, criando uma melodia que reverbera em minha mente. Ela ergue o rosto em direção ao teto, completamente entregue ao momento, e o som de sua respiração acelerada me atinge com força.
Quando nossos olhares se encontram novamente, havia algo hipnótico em sua expressão. Lentamente, ela leva os dedos à boca, umedecendo-os antes de descer por sua barriga, em direção a sua buceta e se tocar, tudo enquanto eu permaneço dentro dela, sentindo cada movimento. Seus olhos se reviram, o prazer perceptivel em sua pele arrepiada e seu sexo cada vez mais umido, e eu me esforço para manter o controle, resistindo ao impulso de me entregar por completo.
Sentindo a necessidade de desacelerar, tanto para dar a ela um momento de descanso quanto para evitar que o jogo terminasse cedo demais, a deito suavemente de volta no sofá. Aproximei-me dela, pressionando meus lábios contra os dela, deixando que meu desejo se traduzisse em cada beijo. Minha boca percorre seu pescoço, peitos, saboreando cada centímetro de sua pele. E quando mordo com suavidade seus mamilos, é como se uma corrente elétrica passasse por nós dois, alimentando ainda mais a intensidade desse momento compartilhado.
Elevamos o nosso nivel de intimidade, deixando o ambiente envolto a uma penumbra sutil, cortada apenas pela luz suave de um abajur que desenhava nossas sombras sensuais nas paredes. A atmosfera era densa de desejo e . A cada beijo descido pelo tórax, as marcas de mordidas eram deixadas como lembranças físicas daquele momento, enquanto o desejo ia se intensificando. A tensão culminou quando as pernas foram delicadamente posicionadas sobre meus ombros, permitindo um controle completo da situação. As mãos exploravam os peitos, coxas e cada parte do corpo que alcançava, enquanto a boca se alternava entre carícias e chupadas mais intensas, provocando uma resposta física incontrolável.
O clímax foi chegando, revelado pelo tremor e pela dificuldade em manter as pernas abertas. Com o corpo pulsando de excitação, o movimento se pausou. De pé, ao lado do sofá, um pedido sussurrado. O cenário parecia tirado de um filme, com a silhueta dos corpos refletida na parede, um contraste de luz e sombra. O olhar intenso para baixo capturou um momento de orgasmo profundo, onde cada movimento era provocado para extrair o máximo de prazer. Ela se dispos ao gole, uma lambida para nao desperdiçar nenhuma gota, concluindo com uma mordida sutil, marcando o fim daquela explosão de desejo, antes que os corpos se unissem novamente em um beijo apaixonado.
Depois do ápice, a necessidade de recuperar o fôlego era evidente.
Com os corpos exauridos, eles se ergueram lentamente, acenderam as luzes e se vestiram, como se o ato de cobrir o corpo fosse um ritual de retorno à realidade. A noite continuava, e na cozinha, a simplicidade de uma salada de macarrão se tornou um banquete pós-sexo. Entre garfadas, olhares ardis eram trocados, o silêncio era preenchido por sorrisos que diziam mais do que qualquer palavra pudesse expressar.
Era uma noite comum de terça-feira, mas o que havia acontecido a transformou em algo extraordinário, um dia para se lembrar, envolto em uma mistura de massagem e prazer.