COLETÂNEA DE CONTOS E POEMAS SOBRE TRAIÇÃO

TRAIÇÃO

   Traição pode ser por vários motivos, mas nunca vai deixar de ser uma falta de caráter. Trai-se por várias causas, seja por brigas conjugais, falta de entendimento, quando o sexo não vai bem ou simplesmente porque o homem se acha o tal. O que vale ressaltar é que o desamor está reinando muito em uniões estáveis, depois de vários anos de casamento, devido a problemas familiares e por aí vai.

(Publicado no RL em 24/04/2014)

TRAIÇÃO (mote)

levei bronca no meu lar

quando traí no amor

já que perdi o pudor

vou logo me consertar

só pra ela vou olhar

quero tê-la do meu lado

pra ficar sempre ocupado

e fazer novo juramento

pus no mar do esquecimento

as coisas do meu passado

(Publicado no RL em 18/09/2014)

TRAIÇÃO PERDOADA

   O vento secou as lágrimas de Odete que corria como louca rumo a um lugar seguro, fugia da realidade atravessando a rua displicentemente. Parou junto a uma frondosa árvore e verteu mais lágrimas de tristeza, não sabia o que fazer, perdeu todo o seu controle emocional. Seus olhos vermelhos se voltaram para o galpão de onde saíra em desabalada carreira, lá ficou Renato que lhe fizera uma confissão inesperada e se manteve calmo diante da decisão da moça de sair correndo diante do que dissera.

   Renato não quiz esperar mais e foi ao encontro da namorada que, desconfiada, lhe implorou perdão. Este sorriu e a abraçou, Odete ficou espantada e nada entendeu. Para que o leitor entenda melhor o que ocorreu, o fato é que Odete havia tido contato íntimo com ele naquele galpão, oportunidade em que comunicou ao namorado que estava grávida. Para sua surpresa ouviu de Renato a comunicação de que ele era estéril. Desesperada preferiu fugir, mas ele a amava tanto que a perdoou e prometeu criar o seu filho, fruto de uma traição.  

(Publicado no RL em 28/01/2020)

TRAIÇÃO E SEPARAÇÃO

Pierre só esperou o avião decolar para ter a certeza de que sua esposa já estava bem longe. Ela estava indo visitar uma irmã que se encontrava enferma no Rio de Janeiro, sem previsão de voltar logo, já que ia depender do estado de saúde dela.

    Dentro do avião Suzana deixou cair algumas lágrimas por gostar muito da irmã, viúva e com um filho pequeno. Não tinha mais ninguém para lhe dar apoio, além de uma vizinha muito caridosa. Prestaria assistência a irmã e aproveitaria para conhecer a cidade, um antigo desejo seu.

    No estacionamento do aeroporto Pierre, dentro do carro, ficou imaginando o que fazer naquele momento. Pegou o celular e fez uma ligação rápida, em seguida partiu. Cerca de vinte minutos depois estava diante de uma casa e uma bela mulher veio ao seu encontro. Saiu do automóvel, abraçou-a e deu um longo beijo. Entraram e ele foi servido com uma dose de whisky, sentado confortavelmente em um sofá. Neide era o nome da sua amante, dona de uma elegância invejável, afinal tinha um padrão de vida muito bom, trabalhava e ainda tinha os recursos dele. Da sala para o quarto foi uma questão de minutos e logo dois corpos nus estavam abraçados em uma cama espaçosa.

    No Rio de Janeiro Suzana desembarcava ostentando um largo sorriso e alguns minutos depois já tomava um táxi rumo à casa de sua irmã. Lá chegando foi recebida por Suely, sua irmã, visivelmente abatida, mas que procurava aceitar esse momento em sua vida. Abraçou-a e beijou o sobrinho, cumprimentando a vizinha que ali estava cuidando dela.

    Pierre deixou a casa de Neide e seguiu para o trabalho, um confortável escritório onde trabalhava como gerente de uma grande empresa de construção civil. Teve um dia de trabalho comum rodeado de vários empregados. No final do expediente pegou o telefone e ligou para a esposa, que atendeu o celular e informou que estava tudo bem e que iria começar as providências para a assistência à irmã.

    Os dias se passaram e Suely teve uma melhora considerável, sendo tratada por um médico de confiança, deixando Suzana mais tranqüila. Teve tempo para conhecer o Rio visitando seus pontos turísticos e suas belas praias. Em uma semana ele desfrutou de momentos agradáveis, mesmo com a irmã em recuperação. Chegando a hora de retornar ao Recife, Suzana resolveu fazer uma surpresa ao marido, dizendo que só retornaria na semana seguinte.

    Tomou o avião naquele mesmo dia, chegando por volta das 16:00 h. Apanhou um táxi e se dirigiu para sua residência. No trajeto ela reconheceu o carro do marido à sua frente e ia pedir ao motorista do táxi que parasse adiante, na frente do seu carro, quando observou que uma mulher estava ao seu lado. Ficou curiosa e decidiu seguir o carro dele. Para sua surpresa e raiva ao mesmo tempo, o carro dele entrou em um motel. Fula da vida, já expondo ao profissional do táxi a sua situação, pediu para o mesmo aguardar, sendo atendida. Foi uma espera de quase duas horas, mas para ela ia valer a pena. Quando o carro do marido se preparava para sair, ela ficou na frente aos gritos, expulsando a mulher de dentro aos puxões de cabelos. Foi uma cena lamentável que ela própria nunca esperava.

   No dia seguinte, depois de explicações e discussões, Suzana decidiu sair de casa, acertando com um advogado a separação, viajando novamente para o Rio de Janeiro, onde tentaria acertar sua vida morando com a irmã, que mais do que ele precisava de sua ajuda.

    Pierre não conseguiu se justificar e teve que engolir a ira da esposa, coberta de razão. Traição se paga com separação, preço que ele teve que pagar.

(Publicado no RL em 13/07/2012)

TRAIÇÃO E MORTE

Jane apertou o gatilho com muita convicção

A arma disparou um único tiro e certeiro

Sem alarde procurou fugir bem ligeiro

A bala atingiu o cérebro de Max que caiu

Esvaindo-se em sangue não pode gritar

As pessoas logo correram par ajudar

Tarde demais, foi constatada sua morte

Alguns gritavam, outros corriam, muita agitação

Ninguém sabia o porque daquela confusão

Já na rua, Jane apressava os seus passos

Mulher de atitudes, se achava determinada

Detestava traição, não queria ser enganada

Seus ciúmes a deixavam bastante enfurecida

Morria de amores por aquele marido infiel

Agora estava triste por esse ridículo papel

Pegou a arma e com lágrimas nos olhos decidiu

Não queria mais viver, já teve sua vingança

Max estava morto, ela sem nenhuma esperança

Apertou o gatilho novamente com convicção

Com o mesmo revólver tirou sua própria vida

Descarregou seu ódio mas pela morte foi vencida

(Publicado no RL em 07/10/2012)

TRAIÇÃO INVOLUNTÁRIA

aconteceu... eu não pude evitar

talvez pudesse, mas não evitei

me vi num sonho, gostei

entrei num outro ritmo de vida

fui infiel a quem tanto amo

agora a mim mesmo reclamo

imploro para que não mais aconteça

foi um momento involuntário

estava triste, muito solitário

por conta de briguinhas normais

mas prometo, não vai mais acontecer

vou valorizar quem me faz viver

(Publicado no RL em 03/03/2013)

DOIS IRMÃOS E UMA TRAIÇÃO

   Fred era um homem de poucas palavras, tinha poucos amigos e preferia se concentrar mais no trabalho do que no lazer e na própria família. Viajava com certa freqüência e seu status era considerávelmente bom financeiramente. Desde que separou-se de Laura que resolveu ocupar o  seu antigo quarto na casa de sua mãe onde mantinha um escritório e que freqüentava periodicamente, mas agora está praticamente instalado nele e com mais concentração. Permanece com a mesma esquisitice de antes, mas no fundo é uma pessoa dócil e prestativa. Nessa casa vivem seus pais e um irmão gêmeo, com esse irmão tem muito pouca afinação, já que ele foi o responsável por toda situação que ora passa.

   Vivendo uma vida tranqüila sem nenhum tipo de problema, Fred morava com a esposa em um apartamento bem próximo da casa de seus pais, já estava casado com Laura já quase cinco anos e não tinha filhos, raramente ia a um restaurante com ela ou a outro lugar para se divertirem já que seu trabalho exigia que viajasse com freqüência, rotina que se acostumou junto com a esposa. Seu irmão gêmeo Fausto sempre o visitava quando ele estava em casa, tinham um bom relacionamento e nada estreitava essa amizade fraterna.

   Certo dia Fausto foi até o apartamento do irmão em busca de um documento da casa o qual precisava, mas ele não se encontrava, estava viajando. Como tinha intimidade entrou e se deparou com Laura ainda de camisola na sala, ela aparentemente se mostrou envergonhada mas permaneceu ali, pois ainda iria tomar seu banho e tomar o café da manhã, afinal ele era seu cunhado. O olhar de Fausto se deteve no corpo da cunhada, jamais tinha visto uma silhueta tão perfeita como a dela, o que despertou a sua atenção. Ela, contudo, percebeu a perturbação dele e se deixou ser observada, estava sensivelmente "necessitada" de carinho com a ausência do marido. Troca de olhares, nenhuma palavra e dois seres sedentos de sexo, uma coisa que surgiu assim de repente sem que ambos esperassem. Um sorriso dela foi o suficiente para que Fausto a abraçasse, no que foi consentido. Pronto, estava feita a desgraça, os dois foram para a cama e mantiveram relações, o que se tornou uma rotina na vida de ambos durante a ausência de Fred.

   Com o passar do tempo Fred notou uma inquietação na esposa e também no irmão, algo estava fora do normal e ele não sabia do que se tratava. Sua esposa garantia que estava tudo bem, mas na verdade ela estava se entregando de corpo e alma ao cunhado e ainda o pressionando para continuarem assim sob pena de contar ao seu irmão que estava lhe assediando. Fausto já estava chateado e até arrependido dessa situação, mas se via obrigado a transar com ela para evitar um mal maior.

   Certo dia Fred chegou de uma viagem inesperadamente e flagrou Laura com seu irmão no quarto, sentiu-se decepcionado mas manteve a calma, teve vontade de agredir o irmão, porém se conteve. Pegou tudo que era seu e foi para a casa de seus pais ocupando um quarto que já tinha sido seu.

   O clima naquela casa estava insuportável tendo que encarar o próprio irmão gêmeo como um desafeto. A família ficou horrorizada com o ocorrido e chamou Fausto a responsabilidade, mas ele disse que toda a culpa era de Laura, mas ninguém aceitou as suas ponderações. Fred, muito chateado, decidiu deixar a casa dos pais e foi morar em um pequeno apartamento em outro bairro, tinha sempre contato com os pais mas com o irmão não queria conversa.

(Publicado no RL em 09/01/2022)

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 12/07/2022
Código do texto: T7557855
Classificação de conteúdo: seguro