Eu sou Jesus, o teu Salvador
Naquele dia o jovem Akim acordou muito cedo, dirigindo-se, permaneceu sentado, e depois de cócoras numa pedra próximo ao poço. Ele pensava muito sobre o amigo de todas as horas, e seu maior sonho era proteger a pessoa do amigo. Sem demora, a mãe de Akim o chamou para o café. Akim respondeu que não aceitava o café, apenas gostaria de saber notícias sobre o novo amigo chamado Jesus de Nazaré.
Sua mãe aconselhou dizendo:
-Venha Akim. Talvez mais tarde você tenha notícias. Ele é muito ocupado com uma multidão que anda atrás do Nazareno.
-Mãe! Por que o tempo está tão diferente? Nublado com o tempo triste nos céus? Por quê?
-Sim, está diferente parece que vai chover.
-Mãe! Eu acordei sentindo uma tristeza grande no peito e não sei o que é. Mas, eu vou reunir os melhores homens de faca, arco e flecha. Eu vou fazer isso, agora. Não vou ficar aqui esperando notícias.
Sua mãe compadecida com a decisão de Akim, respondeu:
-Não vá Akim. Deixe que as notícias chegam.
-Não. Eu vou a todos os lugares onde o mestre andou. Eu vou agora mesmo para Kaná da Galileia e outros vilarejos, onde moram várias tribos. A senhora bem sabe que o meu amigo não gostou nenhum pouco quando eu falei a verdade. Eu contei para o meu amigo Nazareno que eu estava com o mensageiro de Deus João Batista e foi preso no deserto da Judéia por ordem do governador Herodes. Ele não gostou, baixando sua cabeça.
Completou Akim.
-O mensageiro de Deus falou a verdade. Pois ninguém teria coragem para falar o que João Batista falou para todos sobre a infidelidade do rei com a mulher do Herodes Filipe, uma grande traição. Os guardas romanos levaram João Batista preso para fortaleza de Herodes, no desfiladeiro do Maquero na Jordânia. Antes da Páscoa o rei fez uma grande festa do seu aniversário, e convidou sua enteada Salomé para dançar. O rei ficou encantado com a dança e perguntou o que ela desejava como premio, tendo rejeitado a metade do reinado e conversou com a mãe Herodias.
Disse Akim, ainda mais:
- João dizia: “Não te é lícito possuir a mulher de seu irmão” (Marcos 6:19). Eu falei para o mestre tudo. Tudo o que Herodias tinha em ódio para João Batista por causa do adultério e incesto. Pois, Salomé sabendo dos desejos de sua mãe e conversando com a mesma. Salomé em frente dos convidados pediu a Herodes Antipas a cabeça de João Batista num prato como seu premio (Marcos 6:25). Isto foi horrível, mãe.
Disse ainda Akim:
-Sabe, quando eu falei isto para o Nazareno, ele pediu que queria ficar só, e sai logo para pegar um barco e atravessou o mar da Galileia. Uma grande multidão seguiu ele por terra, porque muita gente estava sabendo da sua presença ali. Mãe, quando ele tocou no meu ombro, eu sentir seu olhos tristes e lágrimas caído na face. Ele chorou pela morte de João Batista, e saiu.
A mãe de Akim fala o seguinte:
-Eu soube de tudo. Não vá meu filho. É muito perigoso andar no deserto. Não vá. Eu só tenho você comigo. Você é o meu único homem da família. Não vá, aguarde notícias.
Disse Akm:
-Mãe! Eu vou atrás do homem que alimentou nós e milhões de pessoas no meio do deserto. Eu sou seu filho, mas aquele homem precisa de ajuda o mais rápido possível. Se eu e os outros combatentes subimos a colina fortificada de Maquero para trazer o corpo sem a cabeça de João Batista. Quem nos fará medo no deserto?
Akim preparou sua comida, flecha e arcos, calçou as sandálias e partiu pelas areias quentes do deserto. Antes de anoitecer, ele chegou à aldeia de Betsaida, na costa ocidental do Mar da Galiléia, sendo agraciado por muitos jovens da sua época cujos jovens foram buscar o corpo de João Batista.
Akim falou e pediu humildemente aos amigos e irmãos combatentes:
-Companheiros! Louvado seja o nosso grande Deus e salvador! Eu preciso de homens fortes comigo. Desejo saber notícias de Jesus de Nazaré. O filho de Deus que alimentou e curou naquele dia todos você, e deu graças ao nosso pai.
O chefe da tribo disse.
-Akim, temos três homens bons aqui e dispostos a lutar com você até à morte. Temos Benil, Ajan e Quimel. O Nazareno não deixou notícias e também há dias que eu não vejo o profeta Pedro.
- Eu aceito de todo o meu coração. Com eles nós iremos agora para Belém, depois para Cafarnaum, Jericó, Aldeia de Emaús, Betânia, Cesarea de Filipe, aldeia de Magdala, Nazaré da Judeia e Jerusalém.
Uma senhora falou:
-É perigoso viajarem estas horas da noite.
Akim respondeu:
-É perigoso não viajar. Nós vamos se reunir e se não soubermos notícias do mestre. Nós acabaremos com Jerusalém. Vocês todos saberão.
E saíram rumo a Cafarnaum, e lá conseguiram mais um homem de nome Natan.
Akim interpela seuscombatentes:
-Não querem descansar e comerem um pouco?
Um combatente por nome Quiril respondeu.
-Não. Nossa meta é encontrar o mestre Nazareno mais rápido possível. Durante a viagem nós comeremos.
Disse uma senhora, segurando uma criança.
-Acho difícil encontrar o mestre, ele andou por aqui na semana passada. Ajudou muita gente, curou o meu pai da visão e fez centenas de milagres.
Akim disse:
-Cedo ou tarde vamos encontrar nosso mestre Nazareno.
-Não vão, vai chover muito.
Rumaram nas areias quentes do deserto a pé, e de repente, os homens de Akim avistaram um homem andando nas areias mornas do deserto.
Ao cercarem o homem, este falou.
-Não me matem, por favor! Eu só tenho minha vida e mais nada.
Akim de imediato indagou:
-E esta roupa toda suja de sangue? Quem você matou para fugir assim?
O homem respondeu:
-Eu não matei ninguém, meus senhores. Essas marcas de sangue na minha roupa não são minhas. Ontem, quando eu ia chegando na cidade de Jerusalém, os soldados me obrigaram a carregar a cruz de homem que caiu. Os soldados romanos com espadas me obrigaram.
Akim pergunta:
-E por que lhe obrigaram?
O homem se chamava Simão Cireneu, e respondeu assim:
- Há mais de três semanas, eu sair da minha cidade de Cirene, atual Shahat, no Norte da África, na Líbia, para ir nesta grande festa da Pascoa em Jerusalém. Isso eu faço anualmente, por ser judeu. Ao me aproximar da cidade, vi uma grande multidão levando um homem carregando uma cruz. Eu me apressei para ver quem era aquele homem. Saber o motivo da sua crucificação. Foi dessa forma que os guardas me obrigaram. Mas, eu não sei quem era. Ninguém me falou nada.
Akim indaga novamente:
-E como você sujou estas roupas de sangue?
-Eu não sujei. Eu fui obrigado pelos guardas romanos a levantar a cruz do chão e carregar até o gólgota. E o homem estava no chão com aquela cruz de madeira pesada, não tinha mais forças. Os guardas me viram e mandaram-me levar a cruz. Senhor! Aquele homem tinha um rosto polido, simples, olhos azuis, era um moço muito bonito com seus cabelos grandes caídos no rosto. Não sei qual o mal que ele fez para ficar daquele jeito, todo ferido. Seu corpo todo ensanguentado, cada momento, eles batiam e cuspiam no homem.
Simão Cireneu falou:
-Senhor! Falando sério. Eu olhei muito bem para aquele homem e não vi maldade nele. A minha outa roupa, eu joguei fora e vesti a roupa branca da Páscoa, na qual está manchada de sangue. Por favor. Não me matem, sou inocente.
Sem demora, Akim pergunta aos irmãos.
-O que vocês acham dessa história desse homem?
Um deles falou.
-Parece ser verdade. Antes de ontem foi a festa da Páscoa em Jerusalém.
Simão Cireneu respondeu:
-Não houve festa de Páscoa, e estou voltando para minha casa na Líbia. Fica muito longe daqui.
Simão Cireneu seguiu viagem, e os homens de Akim indagaram:
-O que faremos agora, Akim?
-Vamos seguir em frente para Jerusalém. Vamos saber a verdade. Caso não encontrarmos nosso Nazareno. Vamos pôr Jerusalém de cabeça para baixo. Não aceitaremos qualquer resposta, nosso pai, é apenas um.
Ao chegarem a Jerusalém, Akim encontrou uma senhora chorando numa calçada da rua,no portão de entrada.
-Ei! senhora. Porque está chorando?
-Os guardas romanos mataram meu mestre. Meu único senhor! Mataram cruelmente e sem piedade, fizeram ele carregar uma cruz que não era dele. Foi a morte mais covarde que eu já vi. Aqui em Jerusalém não tem amigos, todos cuspiram nele, jogara pedras, piadas e tudo o que não presta. Andando por essa rua estreita e calçada com pedras irregulares, ele caiu diversas vezes.
Akim indaga com bastante curiosidade:
-Quem é o seu mestre?
A mulher responde:
-É Jesus, o Nazareno.
-Não acredito que fizeram isso com o nosso mestre. Não. Não é verdade.
- Eu falo a verade. Meu único senhor Jesus! Eles julgaram como um ladrão, um mal feitor, e o povo lá embaixo escolheram, o Nazareno no lugar do ladrão para ser solto, o tal de Barrabás. Eles fizeram tudo escondido dos povos. Ninguém sabia desse julgamento de última hora. Por isso não houve Páscoa.
Naquele momento Akim gritou várias vezes sem piedade. E gemendo no chão disse em tom alto:
-Senhor porque deixou acontecer tudo isso. Meu mestre e meu Senhor, eu vou vingar o seu nome, eu Vou incendiar toda a cidade, agora. Não me importa o que irá acontecer comigo.
Disse ainda:
-Se eu soubesse disso, eu traria mais de dez mil homens pra lutar em seu nome. Todas as tribos iriam te defender. Eu sou culpado disso, meu senhor!
Naquele instante, Jesus, o único filho de Deus, apareceu com três anjos, e disse para Akim.
-Levantas-te Akim. Aqui é o teu senhor e teu amigo. Vais para casa com os arqueiros. Não me toques que eu ainda não subi para o meu pai. Tudo o que Simão Irineu falou é verdade. Não fazeis justiça em meu nome. Eu estarei com todos vocês, pregai isso em todos os lugares. Vai para casa Akim.
E dali, saiu o senhor Deus. Akim com a face tristonha e seus homens rumaram de volta pra suas tribos.
Quando Simão Cireneu chegou na sua casa no norte da África, sua mulher indagou.
-Que roupa é esta toda manchada de sangue, meu marido?
Seu filho Alexandre também falou.
-É estranho. O que aconteceu meu pai? Cadê a roupa da Páscoa? Onde está?
-Na cidade de Jerusalém, os guardas me viram chegar, e mandaram eu ajudar a levar a cruz do homem condenado. Eu já estava vestido na única roupa branca que tenho nova. Filho, o olhar desse homem era bonito e seus cabelos também, ele tinha uma pele limpa. Ele me olhou várias vezes sem nada a dizer. Não sei o motivo de sua morte e qual o seu crime. Apenas, eu sei que era uma morte cruel.
-Papai, o homem que mataram na cruz foi Jesus, filho de Maria. Sim, o filho do carpinteiro de Nazaré. Que crueldade? Eu soube aqui em Cirene sobre a crucificação. Por isso não teve Páscoa. E sua roupa com sangue, é o sangue do Nosso Salvador. Nosso único Deus, Sério. O sangue da Páscoa está na sua veste, o sangue do cordeiro de Deus.
Amém;