A BELEZA DA VIDA

Coisas chatas, dias lindos de um veraneio de inverno que só me permitia vê televisão e redes sociais que já tinham perdido a graça. Tentava relaxar de alguma forma, nem um livro poderia ler. Estava cansada, queria passeios, fotografar a vida, encontrar amigos, falar da vida.

Há algum tempo não me era permitido tais façanhas das quais gostava. Dois anos de pandemias, vírus e vírus se renovando e se espalhando, para alguns a vida estava normal, para mim não, teria que sair com aquela maldita máscara que me sufocava e me proibia fotos, comer em determinados lugares. Eu não me sentia segura, não era livre para respirar. Só me deslocava ao trabalho, em transportes públicos que me assustavam. Quando chegava em casa era uma verdadeira maratona, mantinha distância de todos, e logo corria para o chuveiro, banhava-me toda e mesmo assim não me sentia tão segura para me aproximar das pessoas a quem amo.

Minha revoltar maior era que a sociedade não colaborava, para que pudéssemos ficar livres das máscaras, existiam muita gente promíscuas, festas e carnavais sem nenhuma preocupações .

Para completar submeti-me a uma cirurgia, que proibia as minhas atividades e emendava com mais umas férias sem mudança rotineira, as restrições médicas, proibia.

Tempos perturbados, que eu tentaria mudar de alguma forma. Fotografava o céu do quintal, encontrava melodia no tiziu na árvore do quintal vizinho, fotografava as flores de uma mirradeira

que floria no inverno e procurava ver beleza nas coisas mais simples e corriqueira que encontrava no meu quintal.

Tinha que fazer alguma coisa, brincava com meu pai dentro das suas limitações. Ele um cadeirante já alguns anos que às vezes nos deixava preocupadas e também cansadas com sua total dependência. Porém, nos emocionavamos quando lembrávamos de tudo que ele gostava de fazer, do seu levantar cedo, da sua procura a sempre o que fazer.

A vida sem dúvida não é do jeito que sonhamos, nem tudo depende de nós, como alguns falam. Só algumas coisas e talvez por tempo determinado.

É necessário ver a vida com os olhos da fé e viver sempre cada momento, cada detalhe para descobrir o melhor do agora.