Meu pai.
Se meu pai estivesse vivo em 2 de fevereiro de 2022 faria 100 anos, viveu 89 anos, se foi e nos deixou saudades, era um pai presente e seu lema era trabalho, e amava sua profissão de advogado, tinha orgulho de ser servidor público, trabalhava na área jurídica da Marinha, de família humilde no subúrbio de Bento Ribeiro, ao ver um filme que as pessoas idosas estavam estudando, saiu determinado a voltar para estudos até passar e chorar como criança ao ver seu nome na lista dos aprovados, teve 5 filhos, 1 do seu primeiro casamento em que se tornou viúvo e outros 4 de seu relacionamento com minha mãe. Era um amante do futebol, seu time do coração era o América, ia e levava seus filhos ao Maracanã nas fases decisivas de qualquer time, cada um de nós tem um time diferente dos 4 grandes. Nunca nos faltou nada e na hora da janta a família toda se reunia, todos tinham seu lugar fixo na hora de sentar, era um momento alegre, contávamos piada, falávamos do assunto do dia, depois víamos juntos o jornal e as novelas, determinados dias ele trabalhava até umas três com sua máquina que parecia uma metralhadora, recebia inquilinos, porque administrava imóveis de um português que tinha várias casas, sua sala era o local de pagamento. Não consigo também me esquecer das datas comemorativas, nos dava presente nos aniversários, dias da crianças e Natal, enfeitava e botava no disco vinil as músicas natalinas, fazia a gente esperar o Papai Noel até que ficávamos com o sono e no apagar das luzes como um passe de mágica os presentes estavam à volta da árvore de Natal, era uma alegria só, era tudo mágico, mesmo quando descobrimos num outro Natal , numa distração que o Papai Noel na verdade era ele. Tinha seus defeitos como nós todos humanos temos, sobre meu pai e suas histórias renderiam um bom livro, mas fica o registro e a singela homenagem à sua memória!