Encontro no Parque

Era um dia de céu azul, o sol não muito quente, um clima perfeito para Helena sair, mas ela só desejava estar em casa, descansar e quem sabe ler um livro. Desejando aproveitar o momento ela até desligou o telefone, era seu dia de folga, não queria lembrar das tensões da semana, da colega de trabalho com quem não gostava de lidar, descobrira recentemente que Tatielly fizera uma reclamação dela aos seus superiores, desde então perdera a confiança, a colega não teve a ética de conversar, de trazer para ela o que achava ruim, Helena recebeu uma advertência quando ela só queria fazer bem seu trabalho, isso foi doloroso para a jovem.

Helena já preparara o café, colocou almofadas no sofá, tudo organizado para um merecido descanso, mas o inesperado aconteceu, alguém bateu no portão, o ímpeto foi fingir que não estava em casa, mas ouviu seu nome e sua curiosidade foi maior, levantou-se com preguiça, caminhou até o portão e ao abrir foi surpreendida com uma pessoa que ela sequer sabia que conhecia seu endereço, era Felipe, um conhecido, se encontravam raras vezes, conversavam apenas o suficiente para um cumprimento, breves sorrisos e despedida, Helena trabalhava como secretária, via Felipe quando ele vinha prestar algum serviço de freelance para a empresa, o jovem era um excelente social mídia.

Helena ficou sem palavras, não sabia o que dizer, Felipe viera convidá-la para um passeio. O passeio seria no parque, foram caminhando, não era longe da casa da jovem. No caminho eles contemplaram o cenário, brincaram como velhos conhecidos, ao chegarem no parque sentaram-se nos banquinhos e viram algumas crianças brincando em grupo. A moça estava feliz por ter aceito ir.

Felipe olhou ao redor e viu algumas flores, pensou em mostrar para Helena, mas antes que pudesse chamá-la se aproximaram deles, duas crianças chorando, haviam-se perdido dos seus pais, não estavam encontrando os genitores. Uma menina talvez de 5 anos e um menino de 6 anos. Helena ficou comovida com a história, segundo as crianças os pais tinham começado uma discussão, a filha saiu de perto chorando e o irmão tentando consolar, se aproximou dela, nesse tempo os pais desapareceram e os dois ficaram apavorados.

Helena, Felipe e as duas crianças saíram procurando pelo casal, parecia que não daria certo e a jovem já se arrependia por não ter ficado em casa, quando avistou há poucos metros de distância sua colega de trabalho, Tatielly e um homem ao seu lado. "É muito azar envolvido" pensou Helena e planejou passar longe dela, pretendendo que não se vissem, porém o que ela não esperava é que as crianças ao avistarem Tatielly fossem sair correndo em sua direção chamando por "Mamãe".

Helena ficou mais uma vez sem palavras, as crianças fizeram questão de dizer aos pais que tinham recebido ajuda de Helena e Felipe. Tatielly ao reconhecer sua colega de trabalho ficou com vergonha, um pouco sem graça agradeceu, Helena saiu de perto, mas assim que saiu ouviu Tatielly e o esposo brigando, andou mais rápido com Felipe e agradeceu mentalmente por não estar sozinha, o jovem viu que ela ficará tensa, se afastou um pouco dela e voltou com uma flor Rosa que vira no caminho. Helena ficou emocionada com o gesto, voltaram conversando sobre tantas coisas, Felipe se despediu, prometeu que voltaria e foi embora. No dia seguinte Helena soube que Tatielly levara uma advertência no trabalho, ficou em silêncio diante da notícia, sentia -se triste pelas crianças.

Após o dia do parque Tatielly percebeu que precisava ser mais sincera, Helena nada dissera para ela, mas ela sentiu o peso das suas atitudes, quase perdeu seus filhos, o esposo queria divórcio. No serviço de repente se viu sozinha e sem conseguir concluir um trabalho precisou de ajuda, ainda envergonhada buscou apoio em Helena e encontrou, foi aí que Tatielly aprendeu o valor do trabalho em equipe e a importância do diálogo, pediu perdão a Helena e dali em diante buscou melhorar sua postura. Num belo dia de sol Tatielly recebeu um bilhete em sua mesa, abriu- o e ao ler percebeu que fora feito por seus filhos, no bilhete as duas crianças diziam amar os pais e desenharam uma pomba da paz, a mãe chorou de emoção, quase perdera a chance de ser feliz com sua família, as vezes por tão pouco perdemos nosso tempo, não conseguimos aproveitar as pessoas que temos em nossas vidas.

Rita Flor
Enviado por Rita Flor em 30/06/2022
Reeditado em 30/06/2022
Código do texto: T7549338
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