O Antiprincipe
- Sem segredos entre nós, foi o que ele me disse.
- Eu quero em segredo, muito.
- Você não se sente mal?
- Nem um pouquinho, na verdade, me sinto muito bem.
- Você é mau.
- Obrigado! Faço o que posso.
- Você é psicopata?
- Não chego a tanto, digamos que sou, um menino levado.
- Então é isso, nós dois no leito, só sensações sem sentimentos?
- Basicamente, eu tenho uma garrafa de bom vinho se você gostar.
- Você não sofre por amor, então você não ama, por isso meu pai não se preocupa com você. Você não me quer pra sempre.
- Exatamente minha cara, não sou ameaça para a riqueza da sua família, não quero um centavo. Após ele constatar isso, ficou tão feliz que me deu vinte cinco mil euros de presente.
- E você aceitou?
- Mas é claro! Porque não?
- Foi seu preço para não me amar.
- Eu encaro como um belo bônus, por só amar a mim mesmo.
- Eu te odeio!
- Que pena... Pensei em irmos para um lugar mais discreto.
- Seu egoísta, narcisista, insensível!
- Estou lisonjeado! E então? Você vem ou não?
- Para ser usada?
- Você pode me usar também, fico magoado não. Depois você pode voltar para o seu principezinho romântico, todo certinho, inseguro, e suplicante. O primeiro na fila dos seus apaixonados.
- Pelo menos eu tenho quem ME AME. E você, o que tem?
- Pouca paciência. Como vai ser ? Você vem, ou não vem? Tudo bem se não quiser.
- Espere só eu colocar meu celular no silencioso.