Improviso - ensaio geral
Às três da madrugada o celular de Fernanda apitou três vezes, enchendo o seu quarto de luz artificial. Entorpecida pelo sono, tonta, sem conseguir discernir direito entre sonho e realidade, tateou às cegas, até encontrar o aparelho, onde leu a seguinte mensagem: “Fê, sou eu, Gustavo. Eu te amo! Te quero do meu lado pro resto da vida! Esquece tudo o que passou e vem comigo!”. O silêncio da noite sufocava os corpos, a treva se fazia de forma insidiosa. Fernanda então bocejou preguiçosamente, consultou o relógio, atirou o celular na parede e voltou a se aninhar em sua cama, caindo em sono profundo com a ataraxia típica de uma heroína que despreza altivamente as ridículas coisas desimportantes deste mundo.