O poeta

E aquele longevo poeta parecia não saber o que escrever. Se demonstrava perdido em seus próprios pensamentos.

Todos os dias ficava olhando o pôr do sol no velho cais da cidade. Um olhar um pouco melancólico, mas com um terno sorriso.

Em alguns momentos anotava algumas palavras num pequeno caderno que levava consigo.

Sempre ficava tentando imaginar o que tinha escrito ali.

Um dia o poeta não apareceu e eu já tinha criado a mania de ir ver o pôr do sol só por causa dele, e pela curiosidade do quê escrevia, é claro!

Me aproximei de onde ele geralmente sentava e vi no chão o caderno que ele sempre anotava aquelas palavras.

Tomado de curiosidade abri o caderno e tinha algumas palavras aleatórias que talvez fizesse sentido para ele. Folheei mais algumas páginas e no final do caderno tinha algo escrito.

-As minhas lembranças são poucas e curtas. Cada memória é como um raio de sol que fico admirando até que se apague. E minha vida é tão curta quanto. Mas aproveito cada dia que posso para contemplar a grandiosidade e perfeição da vida para que tenha valido a pena.