A VIÚVA NEGRA DO PINDARÉ – PARTE II

Pinho atravessou a rua, e se aproximando como se fosse de forma casual o barbeiro encostou junto ao banco onde estava sentado o velho, que para a surpresa do barbeiro o homem exclamou:

-Pinho..! E aí meu amigo!

Aquela intimidade toda deixou Pinho meio confuso, pois estava certo de não conhecer aquele senhor idoso e risonho que abria os braços para ele esperando um abraço que não aconteceu. Meio cabreiro com aquela familiaridade Pinho disse:

-Como vai o senhor; tudo bem? - Falou Pinho sentando-se perto do velho, que agora parecia muito mais velho do que aparentava de longe. –O senhor mora aqui em Dom Eliseu mesmo?- Prosseguiu Pinho puxando conversa.

-Tô passando um tempo aqui.- Disse o homem se ajeitando no banco de concreto, virando-se de frente para o barbeiro e fixando bem o olhar no rosto de Pinho. O barbeiro estranhou a atitude e desconfiou que o velho poderia ser gay, mas o velho voltando a falar explicou:

-Rapaz você parece demais com um cabra, apelido de Baixinho, que eu conheci lá pras bandas do Maranhão, na região do Pindaré. Pense num baixinho ruim aquele; mas não é tu não, pode ficar tranquilo.- Disse o velhote pondo a mão no ombro de Pinho prosseguindo: -Você é bem mais novo do que ele, poderia ser filho dele. Pois parece demais!,- exclamou o velho.

-(Prossegue, breve, próximo capítulo.