A última folha do outono. A última flor da primavera. O último vento gélido do inverno e a última brisa do verão. Talvez, seja preciso que haja o breu da noite para perdoar a todos que nos magoaram. Fosse dolosamente, ou por mera negligência ou imprudência. No breu, pode-se perceber a alegria dos pirilampos. Em verdade,  nem todos nasceram com a aptidão e habilidade para ser mãe, pai ou responsável por uma criança. Ou mesmo um adolescente. Enfim, seres humanos em desenvolvimento que merecem, ao menos respeito,  caso não seja possível ter afeto e oferecer proteção. É preciso ter empatia. Foi preciso um breu silencioso das estrelas para dimensionar os conflitos humanos. Que são mais agudos e fatais nas guerras. Em sua lógica satânica que transforma toda disputa em embate sangrento e cruel. E, finalmente, quando se der nosso último momento de vida, que já tenhamos na bagagem alguma maturidade, pelo menos, o suficiente para dissipar todo breu com a luz da consciência. Essa era a carta de Pierre para sua amada. Deveria ter sido uma despedida. Porém, apesar de todas as estações do ano, continuamos a aprender com os ciclos da natureza,  progressivamente, entender com o tempo e o espaço e, meditar, profundamente, na razão de todas as coisas. Jamais conseguira realmente dizer adeus. Pierre apenas filosofou sobre o breu da noite.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/04/2022
Código do texto: T7493672
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