CALCINHAS DE RENDA (BVIW)
Jurandir era uma pessoa cheia de manias esquisitas. Ele colocava seu relógio para despertar sempre por volta da meia noite, embora gostasse de se deitar bem cedo. A família que sabia deste detalhe estava sempre querendo respostas para essa mania dele. Ele não arrumava namorada e estava sempre calado, era de poucos amigos. Ele gostava de escrever, e ficava anotando coisas que acontecia com ele, e até arriscava a fazer versos para uma musa que ninguém sabia quem era. Outro detalhe é que ele dormia com a janela entreaberta, podia estar frio ou quente. E sua mãe vivia indagando o porquê dos hábitos estranhos.
- Mas filho, por que seu relógio desperta a meia noite? Seu quarto amanheceu molhado perto da janela. Por que você deixa a janela aberta mesmo com chuva?
Ele ficava arredio e nervoso
- Mãe, me deixa em paz, para de implicar comigo, já pouco saio de casa, me deixe livre pelo menos aqui.
Gosto de ficar olhando o “céu estrelado, a lua” da janela entreaberta.
O tempo foi passando e Jurandir cada dia mais na dele, pensativo e até meio triste, melancólico, do serviço para casa, sem amigos, sempre quieto com seu diário.
Um dia Jurandir amanheceu morto. E as irmãs resolveram abrir um de seus diários, e qual não foi a surpresa de descobrirem que o irmão era apaixonado, pela vizinha casada que morava no prédio da frente, ela chegava em casa do trabalho á noite, pois trabalhava das 14 horas às 22 horas e sempre tomava banho por volta de meia noite, e andava nua, ou seminua com lindas calcinhas de rendas pelo quarto. O esposo trabalhava á noite e só tinha o domingo livre. A mulher era linda, e Jurandir nutria uma paixão platônica por anos. Em seu diário havia registrado cada emoção, sonhos, fantasia e paixão. Não conseguia sair desta teia do amor proibido que o deixava fora do mundo real. Só a morte o libertou, e desde esta data a janela ficou fechada para sempre.
Tema BVIW: Da janela entreaberta
Interações do nobre amigos poetas
01
Recanto das Letras
30 de mar. de 2022 15:05 (há 16 horas)
para mim
30/03/22 15:05 - Tristão de Tall
Com certeza essa peça íntima /
era para ele uma prenda.
E, convenhamos (no anonimato) /
não há homem que não se renda.
02
Recanto das Letras
07:51 (há 2 minutos)
para mim
31/03/22 07:51 - PAULO ROBERTO (não autenticado*)
Ele de amor morreu
com certeza se suicidou
louco amor comoveu
Mas ele sózinho amou
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Pior que isso acontece, muitos morrem por amor