Damião dos olhos Doces…

me diga o que você sentiu quando viu

seu planeta, ainda sendo azul, mas…

só por debaixo de todas as luzes e da fumaça


seu mundo daqui de cima,

junto a mim

é assim… Ele é assim…
 

e me fale que não se importa

mais com a falta das antenas

naquelas cabecinhas; assim como

é claro… toda aquela:

 

Agressividade.

Me diz se você está certo

de se esconder neste quartinho

dentro da nave de fuga, nave que

vai ligeiro… e que quase não se permite

pensar em saudades… saudades…

 

Saudades.

 

Enquanto seu Mundo ficou

“lá”… sendo devorado pela “Peste”.

E a peste do Mundo é o Mundo

E a peste do mundo é você…

II
Damião dos Olhos Doces?

Esses teus olhos TÃO doces…

Você está mesmo aí? Está em choque…

 

por nos ver partir, pra não mais voltar?

Você pode me ouvir? Olhos latejantes,

brilhantes, doces, com lantejoulas…

 

o que você sentiu quando te sequestrei
em prol das teorias da MINHA ciência?

Me diz… se você se importou em ficar

 

enjaulado…

tendo sua pele

e todos os poros…

 

Um por um – Perfurados.

 

III

Ahh… seus olhos doces…

será que agora já pode entender

a importância de ser escolhido cobaia?

 

E que você, Ser Furtado…

representa a salvação, daqueles

caras da esfera azul…?


Assassinos, bárbaros,

olhos… amargos.

Sangue, diferentes de ti.

 

Pra quê voltar?

 

A Peste do Mundo é o Mundo.

E a Peste do Mundo é você.

 

Voltar… Pra quê?


 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 17/03/2022
Reeditado em 17/03/2022
Código do texto: T7474414
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.