Damião dos olhos Doces…
me diga o que você sentiu quando viu
seu planeta, ainda sendo azul, mas…
só por debaixo de todas as luzes e da fumaça
seu mundo daqui de cima,
junto a mim
é assim… Ele é assim…
e me fale que não se importa
mais com a falta das antenas
naquelas cabecinhas; assim como
é claro… toda aquela:
Agressividade.
Me diz se você está certo
de se esconder neste quartinho
dentro da nave de fuga, nave que
vai ligeiro… e que quase não se permite
pensar em saudades… saudades…
Saudades.
Enquanto seu Mundo ficou
“lá”… sendo devorado pela “Peste”.
E a peste do Mundo é o Mundo
E a peste do mundo é você…
II
Damião dos Olhos Doces?
Esses teus olhos TÃO doces…
Você está mesmo aí? Está em choque…
por nos ver partir, pra não mais voltar?
Você pode me ouvir? Olhos latejantes,
brilhantes, doces, com lantejoulas…
o que você sentiu quando te sequestrei
em prol das teorias da MINHA ciência?
Me diz… se você se importou em ficar
enjaulado…
tendo sua pele
e todos os poros…
Um por um – Perfurados.
III
Ahh… seus olhos doces…
será que agora já pode entender
a importância de ser escolhido cobaia?
E que você, Ser Furtado…
representa a salvação, daqueles
caras da esfera azul…?
Assassinos, bárbaros,
olhos… amargos.
Sangue, diferentes de ti.
Pra quê voltar?
A Peste do Mundo é o Mundo.
E a Peste do Mundo é você.
Voltar… Pra quê?