Dexter

sexta-feira,

13 de novembro de 1970

  Depois de vestir a roupa de cama, Dexter desceu às escadas, abriu a geladeira, pegou o copo do armário, encheu com leite, depois o tomou!

  Subiu de novo às escadas, deitou na cama e por um momento, lembrou de Wallis e Izzy, sua falecida esposa e filha.

  Eram 3:30 da madrugada, quando...

  POOOM!

  Ele ouviu de lá de cima o barulho da janela sendo estilhaçada.

  Com os estilhaços de vidro no chão, ele escutou os passos latejantes de um "alguém" vindo das profundezas daquela casa enorme que ele mesmo a chamava de labirinto sem fim.

  Subiu de novo às escadas—estando ele, frenético—, pegou o taco de beisebol e saiu pela casa caminhando devagar segurando como se tivesse indo matar um urso.

  O medo o consumiu de uma forma tão desesperadora, que parecia mais um formigamento subindo de baixo para cima de seu corpo.

  — Oooooiiiiieeeee—gritou Dexter. — Olá, têm alguém aí?

  O tipo de cena épica de um filme de suspense!

  Ele caiu, mas o invasor aproximou-se com a arma na mão apontada para a testa e a outra com a faca para o estômago.

  — O que você quer—perguntou Dexter, com medo.

  — Não é o que eu quero—respondeu o invasor. — ...é o que você vai conseguir para mim.

  — O que você quer—perguntou Dexter, de novo.

  Ele o amarrou e o jogou no sofá.

  Rasgou o pijama listrado azul de flanela e o cortou nas duas panturrilhas—esquerda e direita.

  Mal sabia o invasor de que Dexter era o oposto de apenas um velhinho branco, grisalho, corcunda e rico.

  Ao jogá-lo no sofá a força e cortar suas panturrilhas, ele pegou a arma que estava abaixo da cômoda sustentando o abajur e atirou em sua cabeça.

  O frio era o único vilão em questão, "que inferno gelado", pensou Dexter.

  Na mesma hora, Dexter lembrou de Wallis e Izzy—esposa e filha.

  Ao lembrar de suas meninas, seu coração encheu de tristeza e em sua imaginação, era como se uma faca tivesse entrado em seu peito partindo seu coração em milhares de pedaços.

  — Wallis, Izzy—gritou Dexter, ao achar que estariam seguras no quarto. — Onde vocês estão?

  Mas como ele pôde notar—depois de revirar a casa de cima para baixo—, elas estavam na verdade, eram MORTAS.

By Otávio Isaacson

Otávio Schopennhauer
Enviado por Otávio Schopennhauer em 06/02/2022
Reeditado em 06/02/2022
Código do texto: T7445925
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