a¨¨VOLTA¨dos¨_¨cOrpOs-ViVos¨_ (¨|¨errºr)
Kóstus, o remador dos arrecifes sente saudades do tempo em que demorava mais na forma de morcego.
Pensativo, olhava para o Galho da Abocanhada (monumento ao ritual do Trevo da capital humbertubucana), enquanto chupava uma manga... de camisa.
Um gato preto passava e se arrepiou quando viu aquele humanoide que parecia um cão chupando manga, embora neste caso fosse manga de camisa (e não da fruta). Aquele artefato de pano era precioso para Kóstus, o humbertubucano. Havia uma mancha de sangue ali, que nunca desaparecia, por mais que ele chupasse — e isso era uma atitude saudosista da parte dele, recordando-se dos velhos tempos daquelas sugadas memoráveis.
O pescoço que ele mais relembra de ter sugado foi o daquela linda “coroa”... Su... Su... Su... Dene. Na verdade, era a SUDENE... mas ele carinhosamente a chamava de Dene. Era linda, suculenta... e possuía um pescoção sedutor. Foi muito mais engordativo do que aquele outro banquete que a Polícia Federal desbaratou e do qual ele conseguiu escapar assumindo a forma de morcego, conseguindo proteção dos ambientalistas. Imaginem vocês... quererem confundir vampiro com sanguessuga...! Aliás, precisamos criar uma estatal para divulgar essa diferença básica — mas uma ONG também daria conta do recado.
Mas, já que o Kóstus não é discriminador, ele também se lembra de haver dado umas boas mordidas naquele macho fortão e saradão... o Detran (da capital humbertubucana). Ô sangue bãããoo...!!!
Ah! Que bons tempos aqueles! Os tempos de repartir estas... tais de tetudas, bundudas e de pescoços carnudos, além de pernudas porque eram feitas para carregarem até lobisomens nas costas. E também similares como o Kóstus, é claro!
Felizmente, as notícias são de que o chefe Moluskalá vai retomar o domínio e reabrir o bordel.
Aquelas gostosonas estatais serão novamente repartidas com suprema justiça.
Pois são todas espécies de corpos vivos, esperando a abocanhada certa das horas incertas.
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Da série: "Baús Eletrônicos de Cinzas"