Corpos quentes noites frias
Ela tinha uma risada gostosa que ele adorava, era alegre e natural. Ela fechou a porta com o pé e sentiu do corredor o cheiro do Penne à bolonhesa que saía da cozinha.
Ah Dio mio, que cheiro delicioso, Gideon! Pelo cheiro, vai combinar com o que eu trouxe.
Úrsula se aproxima de Argov e lhe beija o rosto e o abraça por trás. Deixa sobre a mesa uma garrafa de Carpineto Dogajolo.
Vou deixar na geladeira enquanto tomo meu banho para jantarmos. Ela o beija e se afasta para o banheiro. Gideon sorri.
O banho quente espanta a friagem e todo o peso de um dia agitado. Ao sair do banho Úrsula, vestida no roupa vê a casa toda escura iluminada apenas pelo abajur no quarto e as velas sobre a mesa.
Que despedida, romântica. Ela sorri.
Toda noite de um casal, sendo oficial ou não é romântica, docinho.
Ela o abraça com carinho e se beijam devagar. As mãos de Gideon tocam sua pele quente por dentro do roupão, desce a mão um pouco. Ela dá um tapa devagar.
Não vamos começar agora...a comida esfriará, querido.
Certo, você deve está faminta, docinho...
Estou e não só pela comida. Ela sorria olha o traseiro dele, enquanto se afasta.
Jantam e tomam o vinho, conversam sobre a viagem de Úrsula no dia seguinte e sobre o Rafael que ele está restaurando na Biblioteca Ambrosiana.
Depois do jantar e da louça lavada deitam juntos no sofá. Ela de costas pra ele entre suas pernas. Gideon acariciando lentamente entre os seios de Úrsula. O roupão aberto. Ela acariciando a perna dele.
Chuva, vento e um nevoeiro sobre Milão. Corpos quentes e corações frios pela partida.
Antes de ter você dentro de mim pela última vez, Gideon, quero aproveitar esses momentos de paz e carinho entre a gente. Promete me visitar, quando for ao Brasil?
Ele a beija no alto da cabeça entre os cabelos.
Sim, prometo, mia dolce fiore...sempre teremos esse momentos...
Ela se virou e o beijou. Corpos quentes na noite fria.
Wesley Rezende