A colheita
Era uma noite de chuva quando ele confessou seus crimes.
Ivan teve uma vida de libertinagem, não se apegava a nada, nem ninguém. Seu caminho era sempre em companhia de uma mulher, que raramente ele chamava pelo nome. Talvez, sua intenção era a despersonalização da sua companheira.
Cada dia, uma cidade. Cada cidade, uma cama. A inconstância era sua única companhia que se repetia.
Ele ansiava por novidade e seu prazer era causar dor e vazio. Tinha sucesso sempre, mas não naquela noite.
Argumentos fortes apontavam para um único suspeito: Ivan. Mulheres com seus corações arrancados e uma expressão de dor interminável em seus rostos foram identificadas em todos os lugares por onde ele passou.
Ao ser descoberto, teve apoiadores. Para surpresa das sobreviventes. Porém, sua punição ainda seria determinada em um julgamento longo e moroso. A promotora questionou seus atos e ele, com olhos vermelhos (não se engane! Não era choro sincero) lamentava não saber de nada. Acusou as vítimas de histeria. "São loucas!" bradava tentando escapar das consequências.
Não houve piedade. A condenação foi determinada pelas vítimas que ainda sangravam.
Ivan, teve seu coração arrancado depois de ser execrado diante de todos os presentes no julgamento. A dor dilacerante atravessou seu corpo, assim como foi com suas vítimas. Ele agonizou, enquanto riam de seu triste fim.
Outros, como ele, surgiram. Contudo, não se atreveram dilacerar corações quando souberam qual seria a punição.