Sem rumo
O homem olhou pela janela. O chão de nuvens cinzas, mascarava o sol e céu azul. O dia estava branco de chuva lá embaixo, previsão de mais chuvas para a noite. O avião mergulhou nas nuvens e avistou o aeroporto.
Estava bastante frio. Usava uma blusa de lã e um casaco pesado para se esquentar.
Uma moça loira sorriu e lhe desejou um Feliz Ano Novo. Ele agradeceu na língua dela, o letão. Só então parou para pensar.
Era véspera de Ano Novo. Ele achava que era apenas mais uma sexta e não a última. Não sentia ânimo para festas. Na verdade não percebia que era um dia festivo. Não que estava triste ou magoado com alguma coisa. Melancólico sempre era, mas era só aquela sensação morta inexplicável. Alugou um pegout sedan e seguiu pelas ruas. Sem rumo. Mas isso era normal para ele, estava sempre sem rumo.