PRODUTOS HUMANOS (BVIW)

 

Juarez, pai da Sarinha e marido da Eloá, um grande homem que não sabia demonstrar bem afeto para as duas. E mais, ele usava palavras inapropriadas mesmo quando queria ser gentil. Foi por esse motivo que a mulher desenvolveu uma brincadeira com a filha. Toda vez que estavam em algum evento, as duas mencionavam os participantes como produtos. A Bel, por exemplo, havia em si muita ansiedade. Gostava de tudo para ontem, e paciência nenhuma para conversas compridas. Não era boa ouvinte. Foi nomeada pela Eloá de mercadoria da Intolerância.

 

O Sr. Luiz era brincalhão, alegre e perspicaz, e para os problemas encontrava uma solução, sem perder o sorriso cativante. Logo Sarinha percebeu que o bom humor fazia parte do pacote de gente inteligente. Escolheu carisma para esse simpático produto. Em oposição a ele havia a Judith, Deus do Céu, que gênio mau! Tinha prazer em ser estúpida com qualquer um. Era a própria ignorância que desprezava a gentileza. rejeitava a empatia, até mesmo a alegria. Indiferença era o que melhor a definia. Mãe e filha deram uma pausa na avaliação do mercado de sentimentos. Sarinha, no entanto, queria saber em qual setor o pai se encaixava. Eloá parou um instante, e como se uma lâmpada acendesse em sua mente, respondeu:


- Seu pai pode ser insegurança, porque ele tem certeza do que sente, mas é instável no que diz.

 

As duas entenderam que o modo como uma pessoa age reflete como ela é vista. Por isso, mãe e filha, começaram a rever suas atitudes para serem bons produtos. Ninguém gosta de consumir o que não é agradável. Uma grande verdade que levariam para a vida toda.