A Ressurreição de Lúcifer

A morte de Lúcifer

‘’ Das profundezas do castelo de Belmord nasceu o décimo sexto herdeiro dos despenhadeiros, ao qual levaria adiante todo o império das cinzas. Em seu triunfo, os carniçais, soldados das sombras, profanos infiéis, os cavaleiros obscuros e outros povos do Reino se aglomeraram no pátio para ater o ressurgimento do Rei.

De tempos em tempos morre e ressurge um herdeiro Berlmordiano, que proclama em nome da pertinência maliciosa em busca de superar a si mesmo, entretanto, o renascimento do novo Rei foi introduzido como uma brecha para que os opositores das bênçãos infernais tomassem o trono de Belmord, que se erguia há décadas sobre as leis de um único Imperante, o Adramalech. ‘’

Em um período distante o mundo foi divido entre dois Reinos: O Reino de Villade, dominado pelas forças do grande Adramalech, e o Reino de Lúficer, dominado pelo próprio. Essas posses territoriais foram conquistadas pelos ancestrais dos mesmos, que travaram longas batalhas até entrarem no acordo que ficou conhecido como: acordo de Anastcia, ou, o acordo Sangrento. Entretanto, após longas décadas, estes dois reinos entraram em conflito. Com isso, Lúcifer só enxergava a destruição. Seus olhos jorraram sangue, suas veias se estouraram e suas presas enormes rangiam de fúria. Logo, após dizimar mais da metade dos seus inimigos com a chama ardente do ódio foi apunhalado com a espada da luz, benzida e consagrada pelo próprio mago ancestral dos céus, cravada bem no meio do seu coração cristalizado pelas mãos do Herdeiro Eterno, Adramalech.

Passou-se três séculos e o Rei Adramalech tomou posse de ambas as terras, transformando do Castelo de Belmord, sua capital. Com essa atitude, seus inimigos tentaram lutar, mas foram dizimados das terras promovidas. Por fim, seu último pronunciamento antes de soltar de si o último suspiro, exigiu que os opositores fossem apunhalados, deleitados nas chamas dos grandes caldeirões e expurgados por toda a eternidade dos grandes portões impenetráveis de Belmord, porém, o que claramente o Grande Rei não esperava era que de fato em algum lugar esquecido do Reino, descansava nos braços da morte, Lúcifer, que despertaria a vingança até que não restasse nas terras de Villade um único perambulante.

Haviam aqueles que discordavam de Adramalech, aqueles que sentiam sede da vida eterna e o invejavam, que acreditavam piamente que Lúcifer haveria de retornar para tomar o Castelo e dizimar a todos, esses, que tiveram que se opor e recuar, que se esconderam nos escombros e viveram de restos, também conhecidos como: crentes.

2. A ressurreição de Lúcifer

No alto das montanhas embranquecidas e enriquecidas com um frio exorbitante acolhiam-se um batalhão de seres da noite, obstruídos pelo anseio de matar, enlouquecidos para tomar de volta suas terras e, impacientes com o crescimento do novo Rei que se aquecia no vulcão ardente que deleitava abaixo de toda aquela rocha gelada. Nos picos mais altos as grandes aves de Lúcifer procriavam uma nova ninhada de guerreiros dos céus, os cavaleiros sombrios forjavam suas espadas com o fogo incessante dos dragões, e assim, um novo exército se formava. Uma batalha que cessaria de vez uma das nações estaria vez mais perto de iniciar.

Sabiam-se que o que estava por vir seria algo meramente misericordioso, onde a fúria de Lúcifer derramaria seu rancor e engoliria a piedade junto a todo e qualquer ser vivo que ousasse se dispor diante de teus olhos. Enquanto isso, em Belmord, o novo Adramalech também prosseguia em crescimento, dentro das enormes muralhas do Castelo e sobre a proteção dos cavaleiros obscuros.

Longos anos depois...

Não demorou muito até que o exército do novo Lúcifer se expandisse até os limites das montanhas, permitindo assim que fosse descoberto o refúgio ao qual se mantinham isolados e esquecidos. Das fortificações as patrulhas de Belmord avistaram de longe os dragões sobrevoando sobre os picos mais altos. Sentiram tremular toda a terra com os passos dos gigantes forjados pelos grandes mestres de invocações. E ficaram pálidos ao verem nos céus o novo Lúcifer com suas longas asas ardentes em chamas.

‘’. Hoje! Tomaremos o que é nosso! Nós vamos dizimar toda a raça Berlmordiana e daremos um fim a todos que se opuserem a mim! ‘’ Proclamou Lúcifer enquanto planava no céu como uma besta enfurecida.

Tomado pelo enorme trabalho de comandar todo o exército Belmordiano, Adramalech decidiu reorganizar as tropas em preparação para a guerra, assim, dividiu-os em três dimensões ao qual deixou sobre as mãos dos trigêmeos, Jurel, Trost e Marol, considerados os inabaláveis cavaleiros mais temíveis de todo o Reino.

Primeiro viram-se aproximar os gigantes de Lúcifer que enfurecidos tremularam até as enormes muralhas, esses, que foram recebidos com bolas flamejantes por toda a parte até que por fim cambaleando, com um tremendo punho serrado debruçaram-se sobre a fortaleza dando caminho para todo o exército Luciferiano. Nas próximas marchas vieram os dragões e em sequência todos os seres da noite. Em contrapartida os mestres de invocação de Belmord trouxeram a vida a Sajecta de sete cabeças, e foi aí, que Lúcifer contrapôs com seu primeiro movimento de fúria:

A princípio, jorrou dos céus uma chuva de sangue sequenciada de um ruído que fez trepidar tudo sobre o plano terrestre, logo, deferiu das nuvens avermelhadas um raio súbito que ricocheteou em tudo que estava próximo, pousou por fim, formado pelas cinzas de Sajecta, Lúcifer. A partir daí não mais parou de diluir sangue por toda terra até que a guerra fosse finalizada. Os inocentes, impiedosamente foram estripados nas grandes presas dos diabos, carregados e soltos do alto dos céus, dilacerados e incendiados sem o menor remorso. Os inabaláveis cavaleiros, nem tão inabaláveis, tiveram suas cabeças em estacas e seus corpos em pedaços.

Por fim, após uma destruição aniquiladora, Lúcifer entrou no enorme Castelo de Belmord e encontrou ali, sentado num enorme trono de ferro, Adramalech, com uma espada cintilante nas mãos. Um silêncio alastrou o local e promoveu um drama tão frenético que a expiração ofegante de Lúcifer parecia tremular os pilares do grande salão. Adramalech se levantou e desfez-se de sua túnica, embainhou a espada e dando mote ao combate deferiu numa velocidade estarrecedora um soco que se acolheu na palma de Lúcifer. Os limites agora eram inexistentes e a batalha se dispersou por todos os escombros do castelo até ofender sua estrutura que desabou sobre eles. A luta se estendeu para os confins das montanhas onde só era possível perceber apenas um ser cedendo movimentos enfurecidos que eram tão desastrosos que sequer era possível acompanhar os seus reveses, este, era Lúcifer, ricocheteando de um lado ao outro Adramalech, até que finalmente, em resultado de sua exaustão, pegou-o pelo pescoço e o degolou com as próprias mãos.

O futuro que permaneceu a Lúcifer por longínquos anos fora-lhe tão tedioso que ele se opôs a todos os seus seguidores e assim dizimou seu próprio povo, abandonando a terra e vagando outra vez de volta para o inferno, onde se trancafiou por toda a eternidade até que se prolifere na terra um único ser vivo que sobressaía a sua fúria.

Dmitry Adramalech
Enviado por Dmitry Adramalech em 28/11/2021
Código do texto: T7395526
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