...UM CONTO PARA SE CONTAR...

 

A Pedrinha e o Mar

 

No despontar de cada manhã, sempre despertava solitária uma linda pedrinha... Olhava para as ondas, sentia o cheiro das águas, mas elas não a alcançavam. Passava o dia triste, pois a sua volta só havia areia, vivia só a beira da praia... Seu sonho era sentir os braços das águas te envolvendo, sentir seu calor te inundando, sentir... Fazer parte do mar...

As águas, ahhh... As águas, mesmo podendo se mover a maré e os ventos eram contrários... Sabia, sentia o quanto a pedrinha o ansiava, mas havia um limite para ir as suas águas. As ondas que os aproximavam, também os distanciavam e assim ficavam dependendo do criador para unir esse amor!...

Assim como a noite não podia ver a luz do dia, assim como o sol não podia aquecer a lua, assim era para as águas, a pedrinha não podia ser sua... Um sonho. Mas mesmo tudo sendo contrário, não perdiam a esperança de se encontrarem, pois sabiam que tudo dependia do tempo.

A qualquer hora, a qualquer momento, o encanto do encontro iria acontecer, mas enquanto na espera, ficava a pedrinha no silêncio... e os pensamentos se perdiam entre o real, sonho, fantasia, magia... Toque que se imergia... Mas sempre era conduzida ao chão... Despertar da paixão!

No mar haviam várias pedrinhas, mas, suas águas queriam apenas uma, sentia que era especial, havia nela um brilho diferente de todas as outras, que a esculpia de forma simples e natural... Sem igual. Por isso não se importava com a distância, não se importava com o tempo e nem com as dificuldades, queria, não desistia, assim vivia na convicção de que iria alcança-la.

Tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante, tão longe... a maré não tem como comandar o tempo, mas o tempo comanda a maré com o vento... E assim veio uma ligeira brisa a ser transformada em um grande e impetuoso vento, sempre vinha e agia ao contrário, agora veio para ser a favor...

Como um tufão, o vento veio a soprar e em um grande rodamoinho se transformou, tirando repentinamente tudo do lugar, parecia que mais nada iria restar, mas quando tudo veio a se acalmar, quando as águas vieram a baixar, pode-se ver que, ficou somente o que era pra ficar... a pedrinha dentro do mar...

Um sonho real, envolvida pelas águas que transbordaram, lá estava enfim, num brilho sem fim... Ao longe, não tinha como não perceber, a luz da pedrinha reluzia e fazia brilhar as muitas águas...

A pequenina pedrinha seria mágica?

Sim, o amor é mágico... Ela era tudo que as muitas águas precisavam em seu mar, vida... Uniram-se no abraço, no regaço das ondas do amar...

Então, sim... Valeu a pena esperar!...



 
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Glaucia Amaral
Enviado por Glaucia Amaral em 19/11/2021
Código do texto: T7389310
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