O Peregrino

 

Sem saber onde seus caminhos irão leva-lo, o peregrino conta os passos... Na ilusão de estar indo a algum lugar.

 

No trajeto do seu caminhar, a criança, o jovem, agora adulto... Ver-se num coquetel de lembranças onde o adulto mostrando toda sua juventude age como criança diante de seus infortúnios.

 

Amores, desilusões, planos e sonhos, que foram criados à margem desta estrada, alguns resistiram, outros, foram arrancados pela brisa natural do destino...

 

Nada de terreno...

Nenhum arado...

Sementes esquecidas pelo tempo...

 

O peregrino sente sua liberdade, presa a uma caminhada, sem por quê, para quê, por que... Em meio a esse asfalto, trilhas íngremes, algumas vezes com escaladas invertidas... Se vê sentado a beira de momentos, na companhia da solidão, digitando, escrevendo, expondo suas palavras em silêncio para quem quiser ouvir... Afogando em Pepsi, toda dores passadas, porém, vivas no hoje.

 

Esse mesmo ser... Observa.

Esse mesmo ser... Chora.

Esse mesmo ser... Escreve.

 

Nos rios turbulentos... ele nada.

Nos calmos... ele evita entrar para não se afogar.

Nos dias frios... Se aquece de letras.

Nos dias quentes... Foge do frio calor humano.

 

Sem saber onde seus caminhos irão leva-lo. O peregrino conta os passos... Na ilusão de estar indo a algum lugar

 

Texto: O Peregrino

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 19/10/2021

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 18/11/2021
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