"O cavaleiro Malaquias!"
Há muitos, muitos anos, em uma cidadezinha qualquer lá pras bandas do interior , o relógio da igreja batia 18 h. Nuvens de poeira arrastavam-se pela cidade quase deserta. O Sol já ofuscava o Horizonte e tingia as nuvens de tons vermelhos. De súbito, delineou-se a silhueta de um cavaleiro. Lentamente, foi-se aproximando da cidade. Ao chegar à entrada, desmontou. O silêncio pesado foi perturbado pelo tilintar das esporas.
O cavaleiro chamava- se Malaquias! Vestia-se todo de preto, à exceção do lenço vermelho que trazia ao pescoço e da fivela de prata que segurava os dois revólveres na cintura. O cavalo, companheiro de muitas andanças, dirigiu-se hesitante para uma poça de água... PUM!
O velho cavalo caiu morto com um buraco na testa. O cheiro da pólvora vinha do revólver que já tinha voltado para o coldre de Malaquias que, não gostava de cavalos desobedientes! Malaquias dirigiu-se para o bar. Quando estava subindo os três degraus, um mendigo que ali estava, tocou na perna dele e pediu uma esmola... PUM! PUM! O esmoleiro esvaiu-se em sangue: Malaquias não gostava que lhe tocassem!
Então, entrou no bar. Foi até o balcão, e pediu uma cerveja. O homem serviu-lhe a cerveja. Provou e fez uma careta PUM! PUM! PUM! Malaquias não gostava de cervejas mornas e detestava homens de bar relapsos. Outros cavaleiros que ali estavam olharam surpresos para Malaquias. PUM! PUM! PUM! PUM!
Ninguém sequer conseguiu reagir. O homem era rápido no gatilho. Malaquias não gostava de ser o centro das atenções! Saiu do bar... Deslocou-se até o outro lado da cidade para comprar um cavalo.
Passou por ele um grupo de crianças a brincar e a correr, levantando uma nuvem de poeira... PUM! PUM! PUM! PUM! PUM! PUM! PUM!
Desta vez os dois revólveres foram empunhados: Malaquias não gostava de poeira e além disso as crianças faziam muito barulho! Comprou o cavalo, e quando pagou, o vendedor enganou-se no troco... PUM! PUM! PUM!
Malaquias não gostava que o enganassem no troco!Montou no novo cavalo e saiu da cidade. Mais uma vez a sua silhueta recortou-se no Horizonte, desta vez com o Sol já quase recolhido.
Todos aqueles mortos no chão. Até o silêncio era pesado.
Por vários recantos do estado ainda comentam a ligeireza do Malaquias no manejo do revólver.
Um governador de estado no qual estão fazendo misérias com o povo em geral, roubando celulares, entrando na conta bancária, sequestrando pessoas, inclusive, aposentados ,está disposto a contratar Malaquias para diminuir a safadeza dos caras. Será que ele consegue?
Leiam os poetas:
BCFerr
Izabella Pavesi
Wilson Muniz Pereira
Alan Jefferson
Edmilton Torres
Isaías Ramalho da Silva
santosorlando
Pedrão dos Cordeis
Posay.