Quando avizinha...
Ele não sabia o que se passava mas sentia uma necessidade de estar perto dela. Cresceram e brincavam juntos desde o maternal... Quando acabava a diversão cada um ia para o seu lado e nada mais existia daquele universo pueril.
Agora era diferente, ele não queria dizer mais "até amanhã". Queria estar cada vez mais próximo dela, tocar sua mão... Buscava agora outras brincadeiras, de alguma forma escolhia aquelas que tivesse maior contato físico.
Ela percebeu que ele estava diferente. As vezes reparava o seu olhar cravado nos olhos dela e sentia que sua face corava imediatamente. Quando acontecia isso ela tinha vontade de ir embora, mas parecia que tinha uma força estranha que a mantinha ali por mais um tempo. Na verdade, gostava que as mãos dele a tocassem de leve e esperava a cada dia mais por esse momento. Ela ficava contente quando ele dizia que precisava tirar alguma coisa em seus olhos ou dos seus cabelos. Quando ele se aproximava assim, sentia a respiração ofegante dele e então percebia também um tremor por todo o seu corpo. Como se algo estivesse errado, tratava de se despedir correndo para casa. E quase sempre ele ficava imóvel, vendo a menina atravessar a calçada e fechar o portão.
No jantar, ficava calado olhando o prato enquanto a mãe perguntava que diabos tinha... Ele não sabia, mas queria tomar banho e se deitar para dormir cedo. A noite não tinha graça, era melhor que amanhecesse.
No dia seguinte acordava ávido por bater a campainha da casa da vizinha e ao ouvir a sua voz doce, dizer pelo interfone:
- Vamos brincar?
Cláudia Machado
nota: Quando avizinha a puberdade, a emoção é experimentada pela criança que aos poucos vai se tornando um novo ser... A mudança é sempre bela!
Ele não sabia o que se passava mas sentia uma necessidade de estar perto dela. Cresceram e brincavam juntos desde o maternal... Quando acabava a diversão cada um ia para o seu lado e nada mais existia daquele universo pueril.
Agora era diferente, ele não queria dizer mais "até amanhã". Queria estar cada vez mais próximo dela, tocar sua mão... Buscava agora outras brincadeiras, de alguma forma escolhia aquelas que tivesse maior contato físico.
Ela percebeu que ele estava diferente. As vezes reparava o seu olhar cravado nos olhos dela e sentia que sua face corava imediatamente. Quando acontecia isso ela tinha vontade de ir embora, mas parecia que tinha uma força estranha que a mantinha ali por mais um tempo. Na verdade, gostava que as mãos dele a tocassem de leve e esperava a cada dia mais por esse momento. Ela ficava contente quando ele dizia que precisava tirar alguma coisa em seus olhos ou dos seus cabelos. Quando ele se aproximava assim, sentia a respiração ofegante dele e então percebia também um tremor por todo o seu corpo. Como se algo estivesse errado, tratava de se despedir correndo para casa. E quase sempre ele ficava imóvel, vendo a menina atravessar a calçada e fechar o portão.
No jantar, ficava calado olhando o prato enquanto a mãe perguntava que diabos tinha... Ele não sabia, mas queria tomar banho e se deitar para dormir cedo. A noite não tinha graça, era melhor que amanhecesse.
No dia seguinte acordava ávido por bater a campainha da casa da vizinha e ao ouvir a sua voz doce, dizer pelo interfone:
- Vamos brincar?
Cláudia Machado
nota: Quando avizinha a puberdade, a emoção é experimentada pela criança que aos poucos vai se tornando um novo ser... A mudança é sempre bela!