Um clichê

Sabe, Bianca. Ele olhou para ela, alisou a ponta dos bigodes longos e sorriu.

A questão é que nunca fui bonito, simplesmente me dou o luxo de isar uma enorme barba crespa ou um bigode longo e penteado sem me preocupar se agrado. Não preciso ficar bonito ou feio, preciso é continuar sendo eu. Ele virou a última dose de conhaque e beijou o canto de sua boca. Colocou a boina e abotoou o casaco, saiu. Noite fria.

Bianca sentiu o gosto de menta misturado ao conhaque, no canto de sua boca. O beijo recente ainda esquentava o seu rosto. Pegou sua bolsa e correu até ele. Alcançou- o quando atravessava o sinal. Se enroscou no braço dele e se aninhou, estava muito frio.

Eu acho que você é um clichê exagerado, Charva. E você pode ser feio, mas o acho bastante charmoso. Vem eu moro perto daqui...

Charva ficou surpreso, depois sorriu de um jeito natural e deixou Bianca o guiar para o outro lado.

É, pequena...eu sou clichê exagerado. Um clichê sempre vai bem...

Wesley Curumim
Enviado por Wesley Curumim em 19/09/2021
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