Eu sou uma história sem nome.

Ano 1920 – 7 anos após.

Do outro lado do Oceano (...)

Que grande mural via eu a minha frente. Construído na pretensão de um dia serem vistas outra vez!

Que grande tristeza para seus achegados, imaginei! Foi-lhes despertado um estado de agonia, sentimento que deveras tê-los marcado para sempre, como uma ferida incurável, em suas pobres almas. Inexplicável a dor de perder alguém. É impossível ser mais forte que a saudade, pois ela existe quando algo inexiste, quando algo ou alguém partiu sem regressar!

Nós seres humanos, só possuímos a capacidade de nos adaptarmos as realidades, mas na verdade somos obrigados a viver com os gritos do nosso interior – aprendemos a calá-los exteriormente.

Tantos rostos. Pessoas que se foram, mortas ou vivas, mesmo assim perdidas. Expostas nesse mural de memórias e histórias interrompidas por um universo quase que imprevisível. Lá estava eu! Mais não sabia quem era aquela. Eu era um tipo de milagre para todos, mais uma alma totalmente apagada e estranha para mim mesma.

- Aqui senhora, te encontramos! Doratella Almillane. A senhora é um milagre!

Exato. Foram exatos 7 anos. 2555 dias de ausência, de saudade. Foi no mar, onde me perdi, onde parti, para voltar como outro alguém. Aquele oceano levou tudo de mim, num piscar de olhos, num veloz segundo.

- Sim senhor, sou eu! Preciso encontrar minha família!

Continua ...

LaRhana
Enviado por LaRhana em 02/09/2021
Reeditado em 14/12/2023
Código do texto: T7333929
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