O AMOR É CRISTAL (BVIW)
Luna foi morar em outra cidade. Apesar da mudança planejada, na hora da partida, pareceu repentina. O Ipê que havia plantado com o pai na promessa de verem juntos a primeira florada, ficou na vontade e nos sonhos que teria. A melhor amiga levaria no smartphone. Graças à tecnologia, Ruth não ficaria para trás como a árvore. Na saída do aeroporto, a mãe atenta à filha, buscou numa das malas de mão o casaquinho. Vestiu a menina que já estava com os lábios roxos. - Com o tempo iremos nos adaptar às baixas temperaturas, meu amor. Apenas gesticulando com a cabeça em aceitação, Luna seguiu em silêncio até o carro. Seis meses se passaram, e a menina mais refletia que dizia. Ela notou que o clima frio pareceria esfriar além do corpo, o espírito das pessoas. Os vizinhos não eram cordiais, e para as festas não os convidava. Desta forma, os três se reuniam em um restaurante para os eventos. Mas Luna é uma criança cristal. E sua inteligência atrai atenção. A criança é muito sensível, e se importa com os outros. Ela viu um menino solitário, apesar de estar acompanhado. Pediu licença aos pais, foi até ele, e o entregou um barquinho feito de guardanapo. Sorriram juntos. A conversa silenciosa de olhares fez um barulho enorme na cabeça dos pais de Jordan, que estavam mais interessados nos negócios que com o filho. Luna derreteu a indiferença do casal no momento sagrado da refeição. Alisando os cabelos de menininha, a mãe de Jordan agradeceu-lhe, e acenou para seus pais convidando-os a se sentarem com eles. Ali começou o processo de cura iniciado por Luna. Os dias não seriam mais tão frios ou solitários, pois o calor da empatia emocional começou a aquecer aquele casal. E o amor, contagiante, seria passado adiante.