Góticos Galhos (BVIW)
Em uma manhã nublada, Beth organizava seu atelier de pintura e ao abrir uma das caixas de sapato (ela embalava as caixas com papéis coloridos), encontrou fotografias de paisagens, folhas do plátano e a armação dourada de um antigo óculos sem lentes.
Pegou os óculos, lembrando-se do tempo que ainda os usava, entretanto, ao observar com mais atenção percebeu que um raminho em tons de verde acinzentado brotava no canto da armação. Pensou em retirá-lo dali, com cuidado, e plantar num vaso, e foi o que fez. Passaram-se três dias e aquele raminho cresceu muito, muito rápido...
Beth ficou curiosa, pois a arvorezinha que crescia tinha uma aparência estranha: não tinha folhas e seus galhos pareciam ‘góticos braços com finos dedos nas pontas’ e parecia sussurrar algo... A imagem passava a sensação de ser uma futura árvore de terror, meio sinistra, daquelas que aparecem em filmes de mistério.
Estava assim pensando quando um beija - flor pousou no galho mais alto, interessante que a breve presença do pássaro trouxe harmonia à futura e instigante forma de vida. De qual semente insólita ela se originou? Beth não sabia a resposta, mas esse é um poético tema para outro conto...