Delegacia de Galinhas
Era mês do círio, em Belém, quando a cidade fica em festa. Conhecido como o natal paraense, época onde a gastronomia aflora com pratos típico e o famoso pato no tucupi. No entanto, as vezes, quando a situação não é folgada, a galinha ou o galo normalmente substitui, o prato principal. Assim, bem no mês da festança Lea ganha de presente de dona Constância um galo carijó, batizado logo de Edgar.
Dona Lea: Oh Constância não precisava.
Constância: Que isso Lea, eu não tinha espaço mesmo pra cuidar e ele é muito danado não para no cercado. Vou ficar só com a galinha, que era companheira dele.
Dona Lea: Então muito obrigado.
E o galo ficou já mariscando no terreno.
Na outra semana dona Constância rebe a visita de dona Julia, sua vizinha que vem lhe oferecer para tomar de conta da Gilda, sua galinha de estimação.
Julia: Ô minha querida Constância vou precisar viajar urgentemente e só volto daqui um mês e não tenho com quem deixar a Gilda. Você pode tomar de conta dela e quando eu vier a gente se acerta.
Constância: que isso mulher, somos amigas. Deixe ai, pelo menos ela faz companhia pra Lulu. Assim, dona Júlia viajou sossegada.
No dia seguinte, dona Constância, já de posse da galinha, se viu em apuros. Pois diferente da sua cria, a Gilda voo pra cima da casa de outra vizinha e dona Constância tinha que ir atrás. Até que aborrecida e também tendo que viajar. Resolveu mandar deixar na casa da Lea a galinha pra est tomar de conta até que ela voltasse.
Já a tardinha o Tony foi levar a galinha, só que a Léa não se encontrava, apenas sua filha Priscila, que recebeu a galinha e colocou no quintal junto com o Edgar.
Tony: Priscila a mamãe mandou entregar essa galinha pra dona Léa.
Priscila: tá bem. E o rapaz foi-se sem dizer mais nada. Quando Lea chegou perguntou:
Lea: ei Priscila, que galinha é essa/
Priscila: A mãe foi a dona Constância, que lhe mandou.
Lea: deve ser bem a Lulu, companheira do Edgar, que pra não ficar sozinha ela resolveu me doar.
Passaram-se três meses e dona Constância esqueceu da galinha. Quando numa manhã de muita chuva dona Júlia bateu na casa de dona Constância a procura de Gilda, que já estava batizada de Lulu na casa de Lea. Foi ai que então dona Constância se deu conta, lembrada por Tony do destino da galinha. E sem pestanejar indicou a dona Julia o paradeiro da Gilda.
dona Constância- : A minha querida, eu deixei-a na casa de uma amiga porque eu tive que viajar também, mas você vai lá que ela vai entrega-la.
Dona Júlia então segui no rumo indicado e quando chegou lá…
Lea: Pois sim, o que a senhora deseja/
Dona Júlia: A senhora é Lea.
Lea: sou sim por que/
Dona Júlia: é que eu vim receber de volta a minha galinha Gilda.
Lea: - Me desculpe mas não tem nenhuma galinha aqui chamada Gilda e a única que tenho é Lulu, mas me foi doada pela Constância.
Dona Júlia: é isso mesmo, a Constância que me mandou vir buscar, pois essa galinha dei pra ela tomar de conta.
Lea: A, é, então só devolvo a galinha, se a senhora me pagar pelos meses que sustentei a galinha aqui em minha casa.
Dona Júlia: E os ovos que tu comeste. Aliás a galinha é minha e não mandei a Constância trazer pra tu cuidares. Te entendes com ela quanto à questão de indenização. Eu só quero a minha galinha.
Dito isso a confusão foi armada…Bate boca, bate boca daqui e dali, até que as vizinhas se pegaram no cabelo, rolaram pelo chão e a questão toda só foi resolvida na delegacia.