O saco de pipoca
Enquanto comia a pipoca doce olhava a praça. Olhava as crianças correndo, as mães e avós conversando e o pipoqueiro em seu banquinho ao lado do carrinho de pipocas. O cheiro da pipoca se misturando ao cheiro das Damas da noite.
Tudo estava passando tão depressa, ele se lembrava que até ontem ele corria em uma outra praça, como aquela, e ria alto feliz.
Pra onde foi aquela criança? Onde foi aquela felicidade toda? E a inocência?
Tudo havia acabado sem ele perceber. Passou rápido e tudo era como aquele saco vazio de pipoca. Suspirou e jogou o saco no lixo. Se levantou e atravessou a rua.
Do outro lado ainda ouvia as crianças gritando felizes.