A condessa
E o carrasco com a mão na alavanca da guilhotina,não consegue fitar os olhos do condenado,pois o medo devorador e cruel,pode lhe denunciar. Não admite que aquele que está a ser morto através de suas mãos é inocente.Não sabe o que fazer, a turba grita numa insana vontade de presenciar a morte.Os magistrados franceses lhe concede um desejo. E o condenado murmura!
-Quero vê-la,pela última vez....!
E a linda condessa com suas roupas esvoaçantes e azuis se aproxima do moribundo, com toda a graça e superioridade que a corte lhe impõe!
- Estou sendo condenado por você! Sua traição levou-me a loucura! Mas saiba que nunca te esquecerei!
Duas lágrimas rolam na face do antigo lorde!
Ela,impassível,fria,sem mexer um músculo,vê a mão trêmula do carrasco a puxar a alavanca e executar seu amigo.
Ela volta a sua casa,mas não esquece as palavras finais daquele que um dia muito a amou!
O tempo passa,a vida passa,tudo muda! Ela agora presa nas masmorras da Bastilha,não tem outra alternativa a não ser se deixar imolar pela mesma turba que antes lhe assistia no patíbulo....
São as dores provocadas que ficam guardadas no cofre do tempo e são libertas para encontrar quem as criou....
Gilmar
05/11/2007