Presentes com asas (BVIW)

É especial deixar a imaginação voar em suas asinhas... são breves voos e pousos inusitados que surpreendem; contarei dois dos encontros que tive com ela: estava no jardim e ela pousou em mim, rimas a parte - foi uma sensação linda e rara, pois consegui fotografá-la e depois permaneci imóvel. Senti na leveza de seu corpo a esperança & paz, tecendo promessas de primavera; Joaninha Arlequim a pousar e pausar em mim.

O segundo encontro desse presente com asas ganhei de um amigo poeta, que também ama esses momentos de comunhão com a natureza. Eu estava na casa dele, em janeiro, visitando o sítio (em MG), enquanto aguardava, uma das aquarelas que pintei secar, ele trouxe uma Joaninha e ela passeou em minha camisa xadrez que estava na cadeira, depois continuou sua aventura na ilustração da janela com a abóbora no papel Canson.

E, se outro conto escrevesse sobre ela o título poderia ser: “O copo de Joaninha”; imagino que seria pequeno, quase invisível, e feito de um cristal encantado, repleto de gotas de orvalhos e das imagens das flores e folhas pelas quais ela caminhou e caminha - aromáticas memórias - embaladas por uma brisa tonalizada com as cores de cada Estação do ano.