Meu Anjo Amigo
Em uma época muito triste da minha vida, quase todas as noites eu sonhava com um senhor de cabelos brancos. Ele me disse que se chamava Renato.
Seu semblante pacífico tinha um jeito especial de me fazer desabafar os problemas mais profundos da minha alma. Normalmente, Sr. Renato não me dava conselhos, mas me ouvia atentamente, e fazia perguntas que me direcionavam para as questões que mais me afligiam.
Quando eu me sentia calma, ele dava um beijo no meu rosto e ia embora. Os dias amanheciam sorrindo quando esses sonhos aconteciam.
Minha família estranhou meu comportamento, e me fizeram algumas perguntas. Contei a verdade, mas senti nos olhos deles a incredulidade, porém, não dei importância, porque eu estava melhorando daquela depressão que dilacerava meu ser.
Eu já ia dormir pensando nas visitas daquele anjo que estava mudando a minha vida para melhor.
Todos notavam a diferença no meu comportamento. Eu havia voltado a ser uma mulher alegre e otimista, que enfrentava os problemas com a garra dos tempos de outrora.
Aos poucos, parei de sonhar com o meu querido amigo, porque ele me disse que precisava viajar, mas, que se eu precisasse dele, era só orar.
Senti muitas saudades dos meus sonhos de paz, mas como minha vida havia melhorado, quando eu me lembrava dele, sentia-me mais fortalecida ainda.
Dois meses depois, fui ao enterro de um conhecido. Obviamente que eu estava triste com a situação. Quando íamos saindo do cemitério, senti um impulso de visitar um túmulo branco que estava à minha esquerda. Caminhei em direção ao túmulo e me deparei com lindas flores e um belo epitáfio que, entre outras coisas, mencionava o nome da pessoa: Renato Svedensen tinha sido psiquiatra e havia morrido há dez anos. Olhei a foto e vi o bondoso homem dos meus sonhos sorrindo para mim.
AnnaLuciaGadelha
Republicação
Nota: Estou republicando Meu Anjo Amigo porque ele foi publicado na magnífica Revista Barbante. Agradeço a poetisa e amiga Juli Lima que me proporcionou essa maravilhosa oportunidade. Minha gratidão.
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