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Subia a ladeira todos os dias a doce mocinha Eliana. Sempre e pontualmente ao meio dia; Subia sorrindo... numa conversa animada com “aquela pessoa amiga"... aquela "gente toda" ao seu lado e que ninguém mais podia ver...
Antes ela não tinha amigo nenhum, mas agora ela tinha! (…) E do outro lado todo da rua zombava rindo. E falando. E apontando. E cuspindo. Apontavam os dedos rijos, caçoando, machucando, diminuindo. “olha, chegou… a menina Maluca!”. Mas Eliana não era mais uma menina. Mas carregava consigo a inocência daqueles que se recusam a PERCEBER as mudanças HORRÍVEIS no mundo… na rua… nas palavras maldosas disfarçadas de gracinhas… naquela tal “superioridade” de quem ousa aconselhar… e direcionar… e determinar seu futuro, seu presente, “mandar passear”. Querendo que suas imagens e seus vultos, amigos e até anjos de proteção. Aqueles que chegavam afirmando aos parentes e amigos o que seria melhor para a SUA vida. Eliana nos poucos lapsos de sanidade e da sua – incrível – inteligência e sagacidade, respondia a essas pessoas: “A diferença entre a gente?! É que você têm os remédios mais caros. E eu? Pago pelos mais BARATOS. E isso – ainda assim – farei se QUISER! Mas… a doença é a mesma, amiguinha!”. “E quem é ela? Eu lhe digo: É a TRISTEZA.”.
Eliana “a maluca”, abraçou os seus amigos invisíveis. Eles é quem lhe davam sentido. Pessoas horríveis – os verdadeiros insanos – a deixaram assim. Agora, Eliana não quer saber de andar por aí sozinha. Ela olha pro lado, pra trás, e até mesmo pro alto… e vê boa companhia e se sente segura. Não há ladeira que não a faça rir. Não existem noites de medo… Ela não pensa nunca em terminar sua via sozinha. Deixa lá a Eliana. Deixa lá a mocinha. Quem que não é louco… nesses tempos… nesses dias?