Joseph Cansado - 2
Joseph segue seu dia a dia sem muita expectativa na verdade. O dias não são tão diferentes assim, um ponto ou outro, mas no geral as regras são as mesmas. Você pode pensar que esse é o problema de Joseph, mas não. Na verdade o problema real é que o que não muda está doendo, uma dor constante, poucas vezes dilacerante, mas em geral é só constante e chata.
Lutou tanto já, e já deu o que tinha para dar. Não sei se é falta de paciência, se é falta de quê, na verdade parece uma sobra de algo que não se precisava ter. A gota que pinga do copo cheio, tocando na pele como ácido. Fere, não cura, não mata.
E sabe quando mais dói? Quando não desiste.
Quando o muro, contra qual se embate, é mais forte que a mão que soca, não importa a força que se coloca, por fim a mão perde. Joseph é a mão. Agora com a mão esfacelada, nem quer mais a cura (porque pode presumir uma nova tentativa contra o muro), quer sim que retirem a sua mão, para que na falta de esperança de mudança, fique a mercê do muro e quem sabe, aprenda a conviver com a dor.
Conviver com a dor. Assim aprende a contar os dias em decrescente para ter mais esperança. Faltam, a cada dia, menos dias para o fim...