Amores
Ela disse que encontrou Carlos, um conhecido de infância, na estação de trem. Disse que foi sua primeira paixão juvenil. Ficou surpresa por seu coração palpitar, sentir o corpo pulsante e a mente viajar por imagens remotas. Despediram-se e quando ela chegou em casa tudo se tornou ternura e boas lembranças. E viu o quão era maravilhosa sua vida.
Mas ele, sempre inseguro e ciumento. Foi atrás de Carlos e ao encontrá-lo, sacou da arma e deu-lhe um tiro na boca. Simulou um suicídio e ela chorou copiosamente.
Passado um tempo, ela se encontrou com Bernardo, uma paixão da juventude. O mesmo se passou: coração palpitante, corpo pulsante e mente imaginativa. Despediram-se e tudo novamente tornou-se ternura e boas lembranças.
Com ele, deu-se tudo de novo devido a insegurança e o ciúme. Foi atrás de Bernardo e furtivamente o lançou nos trilhos quando passava velozmente o trem expresso. Simulou um acidente e ela chorou novamente.
Passado um tempo, ele chegou em casa e a viu sentada na varanda. Aproximou-se dela, ajoelhou-se em sua frente e quando pegou em sua mão, viu que ela estava fria. Tocou-lhe o coração e não palpitava. Abraçou-lhe o corpo e não pulsava. Olhou em seus olhos e não se maravilhava.
Ele chorou. Sacou da arma e se matou.